O novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Rabello de Castro, defendeu nesta quinta-feira a pressão pela saída de executivos que tenham se envolvido em irregularidades em empresas que receberam investimento do banco.
Sem citar nominalmente a JBS, cuja holding J&F firmou acordo de leniência com o Ministério Público Federal após admitir ter pagado propina a políticos, Castro disse a jornalistas minutos antes da cerimônia de sua posse, que “temos que afastar controladores de grandes empresas que fizeram lambanças”.
O BNDES detém pouco mais de 20% do capital da JBS e pressionou pela saída de Joesley Batista, um dos controladores da J&F, da presidência do conselho de administração da JBS, o que aconteceu na última sexta.
Castro frisou que as investigações abertas internamente no BNDES envolvendo JBS e Odebrecht, grande tomadores de crédito do banco, devem se concentrar principalmente nas pessoas físicas. “As investigações têm que mirar em quem está tomando champanhe em Nova York”, disse ele, numa possível alusão a Joesley, que deixou o país antes da divulgação das delações premiadas de executivos da JBS e estava na cidade americana quando elas foram divulgadas.
Castro descartou a possibilidade de o BNDES vender a fatia de 21,3% na JBS, detida pelo braço de investimentos BNDESPar.
“Não podemos confundir empresários que cometem malfeitos com empresas que empregam milhares e recebiam louvor até recentemente… temos que preservar esses milhares de empregos”, disse. “Empresários que vão tomar champagne em Nova York, esses temos que tirar a champanhe da mão deles”.
O executivo disse também que fará “muito pouca coisa diferente” de sua antecessora, Maria Silvia Bastos Marques, que renunciou ao cargo na última sexta-feira.
Sobre a retomada dos desembolsos do banco, Castro afirmou que enxerga uma melhora nas operações no segundo trimestre.
“Pela sensibilidade do que acontece no segundo trimestre tenho certeza que estamos diante de um início de recuperação de demanda”, disse.
Procurada, a JBS não se manifestou imediatamente.
Fonte: “Veja”.
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