“Por que a Coca-Cola e o litro de leite no Brasil custam mais em Belo Horizonte do que em Miami, onde a renda média é 328% maior que a da Grande BH? E como o pão por aqui consegue ser mais caro do que em Moscou, cidade onde o custo de vida é reconhecidamente alto? O Big Mac em BH também é mais caro do que em Hong Kong.” O jornal “O Estado de Minas” consultou o Instituto Brasileiro de Planejameto Tributário (IBPT) para obter as respostas sobre o peso dos impostos na aquisição de bens.
O advogado tributarista e presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Elói Olenike, considera que a forte variação sentida no bolso do consumidor é reflexo de uma série de variáveis, entre as quais a tributação, de longe a principal vilã. Ele afirma que o fato de o Brasil concentrar seus impostos no consumo, e não na renda e no patrimônio, tem como consequência a absorção repetida de tributos num mesmo item. “Nos Estados Unidos e na Europa, tem-se o Imposto sobre Valor Agregado. Só se paga tributo sobre valor agregado da riqueza”, afirma.
A solução apontada para esse caso seria a modificação da legislação tributária, passando o foco dos impostos para o lucro e o patrimônio. Atualmente, ele afirma que existem basicamente dois impostos sobre o patrimônio: IPVA e IPTU, que, respectivamente, incidem sobre veículos e imóveis. “Se eu vendo um produto, não significa que vou ter lucro. É preciso considerar o custos de produção. Agora, se eu formo patrimônio, é porque estou ganhando dinheiro”, argumenta o tributarista.
fonte: IBPT e O Estado de Minas
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