Há mais de uma década mantendo ótimos resultados, o agronegócio se consolidou como um dos setores de grande importância para a economia do país, principalmente em meio à crise resultante da pandemia, na qual o setor foi o responsável por segurar os números do PIB e da economia.
Em 2022, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor seguirá em crescimento e a estimativa é uma produção de 270,7 milhões de toneladas de grãos, cereais e leguminosas.
O sócio diretor da Biomarketing, José Luiz Tejon Megido, explica que a previsão de safra recorde de grãos no próximo ano é decorrente de anos de trabalho, estudo e investimento, e do desenvolvimento de competências para a utilização da agropecuária em ambiente tropical. Ouça o podcast!
“Até 1970 nós éramos importadores de praticamente tudo. Só exportávamos café, cacau, açúcar e importávamos todos os alimentos e, a partir disso, nos transformamos principalmente com a competência de trabalhar no cerrado brasileiro, uma terra onde, antigamente, ninguém queria”, recordou.
Com a evolução da ciência, do trabalho dos agricultores e do cooperativismo, a realidade foi mudando para melhor. De acordo com Tejon, hoje, as cooperativas brasileiras representam quase 55% de tudo que é produzido no país.
Assim, é possível dizer que o processo de desenvolvimento se deu a partir de uma junção de fundamentos. “Foi ciência, tecnologia, mecanização, insumos modernos, educação, agricultores e também o pós-porteira das fazendas, com a área toda de agroindústrias, e um setor de fruticultura que cresceu muito especialmente no vale do São Francisco, no Nordeste”, ressaltou.
A relevância do segmento, que caminha na contramão da crise, de acordo com o especialista, atribui-se ao conhecimento científico sobre como atuar numa área que quase não tinha representatividade na economia brasileira. Após o entendimento de que o mercado de alimentos, fibras e bioenergia é promissor, o setor começou a se destacar no Brasil.
“Onde havia ‘nada’ criamos riqueza. E, daqui para frente, com o COP 26, e todo esse mundo do carbono, do biometano, nós temos outra gigantesca riqueza para ser apropriada pelo Brasil neste campo do ar, da saúde ambiental. Vem por aí outra revolução onde o nosso país tem conhecimentos e competências efetivas. Então é uma questão de colocar no foco e não nos perdermos com ações ideológicas político-partidárias, que não interessam ao mundo moderno da economia e da sociedade”, alertou.
Os resultados apresentados pelo agro revelam exemplos que podem ser seguidos pelos demais segmentos econômicos, e até mesmo sociais, do Brasil. Tejon destaca que a porção do agribusiness dentro de outros segmentos é muito relevante e que “a partir de uma visão de uma riqueza que se extraia modelos modernos de sustentabilidade daquilo que o país oferece nas suas riquezas naturais, há condição de desenvolver muitos outros segmentos”.
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Outro ponto destacado pelo sócio diretor da Biomarketing é que o sucesso do agro tem a ver com a gestão. “Tivemos no agronegócio um exemplo extraordinário de administração. Os demais setores precisam copiar o que aconteceu no agronegócio”, comentou.
Para os próximos anos…
Mesmo com crescimento expressivo ano após ano, é necessário investimento constante para que o agronegócio brasileiro alcance todo o seu potencial. Segundo Tejon, utilizando as ferramentas certas, é possível pensar em uma safra de 500 milhões de toneladas de grãos nos próximos 10 anos.
“Chegar a 500 milhões de toneladas de grãos não pode esperar 40 anos, tem que acontecer nos próximos 10. Isso vai exigir estruturas de armazenamento, de logísticas, 5G, sinais de internet para gestão moderna no campo e, principalmente, vai exigir a agroindústria, pois é ela que coloca valor em tudo que é produzido na terra, nos mares, nas represas e nos rios”, afirmou.
É importante destacar que o crescimento do PIB do agronegócio impacta diretamente no crescimento do PIB do país inteiro, ou seja, dobrando o tamanho do agribusiness, outros setores também serão alavancados.
+O setor privado não é o vilão
“Temos marcas a trabalhar e a desenvolver no mundo. E quando isso ocorre, nós estimulamos extraordinariamente a dignidade de vida do brasileiro, criando empregos, valor, educação e ciência”, concluiu.
A missão do agronegócio brasileiro é, sem dúvidas, muito relevante para o desenvolvimento econômico do nosso país a curto, médio e a longo prazo. Por isso, investimentos no setor são cada vez mais fundamentais para que o Brasil caminhe rumo ao progresso.