Este é o primeiro de 13 post da série “Os presidenciáveis e a educação”. Em vez de fazer propostas aos candidatos, julgamos mais importante saber o que eles pensam a respeito da educação. Nesta série de 13 posts, apresentamos temas, considerações e perguntas aos candidatos. São temas sobre as quais o país deveria refletir.
“SE O SEU CANDIDATO NÃO SABE COMO MUDAR A EDUCAÇÃO, MUDE DE CANDIDATO!”
A melhor política educacional é uma politica econômica vigorosa, que gera riqueza, empregos qualificados e uma ampla rede de proteção social – reduzindo a pobreza e seus efeitos negativos sobre o desenvolvimento humano, em geral, e a educação, em particular. Quando analisamos o rendimento escolar dos alunos, os fatores que mais explicam os resultados estão relacionados com o nível socioeconômico de seus pais. A pobreza, em particular, é o inimigo 1 da Primeira Infância e do sucesso escolar. E a educação constitui o único passaporte conhecido para quebrar o círculo vicioso da pobreza.
Leia mais
Claudia Costin: Educação com base, manter os consensos possíveis
João Batista Araujo e Oliveira: Os quatro anos do PNE
Naércio Menezes: A primeira infância
Há diferentes teorias a respeito de formas de combate à pobreza. Tanto sistemas econômicos capitalistas quanto socialistas apresentam diferentes soluções com diferentes graus de sucesso ou insucesso. O grande lema de “Guerra à Pobreza” do governo Jonhson na época de 60 resultou num grande fracasso e, à falta de medidas estruturais, até hoje os Estados Unidos exibem o maior nível de pobreza e desigualdade entre os países ricos. A dimensão da pobreza, no Brasil, sugere que apenas reduzir a desigualdade não é suficiente para assegurar condições mínimas para que as pessoas possam se desenvolver de forma adequada.
As evidências científicas sobre o desenvolvimento humano sugerem que a situação econômica da família quando a criança nasce tem mais influência negativa do que em qualquer outra época da vida. Esse tipo de evidência contém sugestões específicas para ajudar a estabelecer prioridades e melhor focalizar redes de proteção social.
Outro fato relevante está associado à mudança demográfica: nas décadas recentes, os aposentados representaram uma rede informal de proteção social para suas famílias. As mudanças demográficas em curso, o baixo nível de escolaridade de parcela significativa da população de 15 a 30 anos e as inevitáveis mudanças nas políticas de previdência social sugerem que esse quadro deverá mudar radicalmente nos próximos anos, aumentando os custos e riscos para a população mais idosa e reduzindo sua condição de ajudar as gerações mais jovens.
Como os candidatos pretendem romper o círculo vicioso da pobreza?
Fonte: “Veja”, 07/08/2018