A privatização dos Correios tem movimentado o mercado brasileiro nas últimas semanas. Para entender as causas e consequências desse processo, o Instituto Millenium conversou com o cientista de dados Vítor Wilher, sócio-fundador da Análise Macro. Ouça o podcast!
As frequentes crises e reclamações sobre a qualidade dos serviços prestados pela estatal estão entre os motivos apontados pelo cientista de dados, para que o processo de privatização entre em pauta. Wilher acredita que o Estado brasileiro não deveria ser o responsável pelos serviços dessa categoria.
“O governo deveria se preocupar em ofertar bens públicos essenciais para a população, como saúde, educação, justiça, segurança, e não entregar cartas. Isso pode ser feito pela iniciativa privada com muito mais competência”, afirmou.
O sócio-fundador da Análise Macro acredita que, embora necessária, a privatização deve ser feita de forma modular, ou seja, dividida entre várias empresas. Além disso, é fundamental, para a melhoria dos serviços, permitir que outras empresas atuem nesse mercado, para que haja concorrência na qualidade dos serviços e nos preços praticados.
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“Privatizar vai muito além de entregar os Correios para uma empresa privada, ou seja, transformar o monopólio público em privado. Temos que ter muito cuidado com esse tipo de coisa, porque pode até piorar a qualidade do serviço. Eu acho que a privatização deve ser feita em dois blocos: entregar para várias empresas, fazer a divisão dos Correios; e também abrir o mercado, para que outras empresas possam competir”, frisa.
Se este for o modelo de privatização a ser seguido, Wilher acredita que tanto o Estado quanto diversos setores da economia brasileira irão se beneficiar, especialmente o setor de e-commerce, que, com a crise sanitária, apresentou um crescimento definitivo.
“Com a privatização, teremos um aumento na eficiência da logística e, assim, teremos um impacto, que chamamos de externalidade positiva, sobre diversos outros mercados. Ainda mais agora que estamos vivendo uma explosão de e-commerce, com a explosão do consumo online, que entrou na moda em definitivo na pandemia. Melhorar esse serviço pode potencializar esse ambiente de negócio e a economia brasileira”, explicou.
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Quanto à possibilidade de o projeto de desestatização dos Correios ser aprovado, Wilher se mostra otimista. “Esse Congresso é bastante reformista. Existe um consenso de que os Correios é uma empresa ineficiente – tirando obviamente os partidos de esquerda –, mas eu acho que existe uma base reformista. Se o governo pautar isso, é possível que seja feito de forma rápida”, destacou.
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