Por Fernando Veloso, Silvia Matos e Paulo Peruchetti
A recente divulgação, por parte do IBGE, das Contas Nacionais Trimestrais e dos dados da Pnad Contínua, permitiu o cálculo do indicador trimestral de produtividade do trabalho do IBRE/FGV.[1] Os indicadores do quarto trimestre de 2019 apontaram para uma recuperação do nível de atividade econômica, com crescimento do valor adicionado de 1,6% em relação ao quarto trimestre de 2018, e alta de 0,6% em relação ao terceiro trimestre de 2019.[2] Por outro lado, as horas trabalhadas cresceram 2,2% em comparação com o quarto trimestre de 2018.
Uma das formas de se analisar a dinâmica da produtividade é através do crescimento interanual da série. Neste caso, analisa-se a taxa de crescimento de um determinado trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado desta análise, para o agregado da economia, pode ser encontrado no Gráfico 1.
Podemos notar que a produtividade agregada apresentou queda de 0,6% no quarto trimestre de 2019, em comparação com o quarto trimestre de 2018. Este resultado ainda é muito negativo e consolida o quadro de redução da produtividade em 2019.
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A análise setorial nos permite verificar que o processo de deterioração observado no desempenho da produtividade ao longo dos últimos anos se espalhou por vários setores da economia. Para entendermos a dinâmica setorial do crescimento da produtividade por hora trabalhada, leia o texto completo no Observatório da Produtividade.
[1]As medidas de produtividade agregada e setoriais foram construídas dividindo-se o valor adicionado obtido das Contas Nacionais Trimestrais pelo total de horas trabalhadas em todas as ocupações, obtido da PNAD Contínua.
[2]O crescimento do PIB no quarto trimestre de 2019 foi de 1,7% em relação ao quarto trimestre de 2018, e de 0,5% em relação ao terceiro trimestre de 2019. O PIB equivale à soma do valor adicionado com os impostos (líquidos de subsídios) sobre os produtos.
Fonte: “Blog do IBRE”, 06/03/2020