Produzir a mesma coisa e gastar menos. Esse é objetivo das empresas ao contratar um especialista em eficiência energética, cargo cujo salário gira em torno de R$ 8 mil. O profissional — das áreas da engenharia ou da economia — precisa ser detalhista para descobrir onde há possibilidade de cortes de custos em itens energéticos, como água, luz, gás ou diferentes combustíveis, dependendo da indústria.
— O profissional dessa área trabalha investigando formas de usar energia de maneira mais eficiente. Você quer fazer a mesma coisa que a empresa sempre fez, mas usando menos — explica o professor de Engenharia Elétrica da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Edisio Alves Aguiar.
Segundo ele, questões como a refrigeração, a iluminação, os eletrodomésticos usados e a velocidade dos motores são recorrentes nas análises dos profissionais de eficiência enérgica. Em indústrias maiores, no entanto, essas avaliações ganham proporções maiores. Claudia Shirozaki, coordenadora de eficiência energética da Thyssenkrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), afirma que reutiliza até gases produzidos pela própria produção do aço.
— Esse gás é canalizado para um gasômetro, onde fica guardado e vai ser usado na termelétrica que produz energia para a fábrica e até para vender — explicou Shirozaki.
Segundo a empresa, 96% da água utilizada na fábrica são reutilizados. A gerente da CSA diz que, além da redução de gastos da companhia, também há um questão relacionada ao meio ambiente. Por isso, o tema aquece o mercado.
— A profissão tem, hoje, cada vez mais visibilidade porque está diretamente ligada à redução de gases do efeito estufa. Nosso objetivo é deixar a produção mais consciente, sustentável. Quanto menos se consome, emitindo menos gases, menos recursos são gastos e menos se afeta a natureza — diz Claudia: — Todas as indústrias grandes têm esse profissional. Não é regra, mas é a tendência.
Além do conhecimento diversificado em engenharias e economia, o profissional de eficiência energética precisa ser, na avaliação do professor da UVA, um detalhista.
— A pessoa que é boa observadora tem um perfil adequado — explica o professor.
A economia está no detalhe
Além das grandes indústrias, que já têm esse cargo em seus quadros, o profissional de eficiência elétrica também consegue trabalho oferecendo consultorias para firmas menores. Nesse modelo, ele recebe proporcionalmente ao valor que economizou na produção do cliente.
E o mercado, na avaliação dos especialista, tende a crescer para atrair novos profissionais na área. Claudia Shirozaki, coordenadora de eficiência energética da Thyssenkrupp CSA, lembra que o acordo de Paris prevê a redução dos gases do efeito estufa e afirma que isso dá mais visibilidade para a profissão.
— O nosso dia a dia é trabalhar com os técnicos das áreas, conversar com eles, conhecer o processo, estudar os processos operacionais e entender as maneiras de economizar. Ver tecnologias e formas de operar diferentes meios para contribuir com o consumo de energia. Os equipamentos mais novos já são feitos com mais eficiência. A gente tem que saber quais utilizar — afirmou Shirozaki
Fonte: Extra.
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