O PT aprovou uma recomendação aos filiados considerando “inconveniente” e “inoportuna” a realização de prévias nos Estados para a definição dos candidatos do partido ao Senado ou ao governo.
Segundo integrantes do Diretório Nacional, reunidos em Brasília, a intenção da cúpula petista será de “constranger” e “desautorizar politicamente” as tentativas de disputa interna, apesar de a tese que defendia proibição clara das prévias ter sido derrotada. A avaliação é que divergências regionais podem comprometer o objetivo nacional em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff. Apesar da decisão, petistas manifestaram a intenção de não seguir a recomendação:
– Nós dois fomos aconselhados a não fazer a prévia, a entrar em entendimento, mas isso é muito difícil –, avaliou Benedita da Silva, secretária de Estado no Rio, que disputa com o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, a vaga de candidato ao Senado pelo Estado.
Outro tema discutido se referiu à imprensa. Na quinta-feira, a executiva nacional havia aprovado texto acusando a mídia, a oposição e “amplos setores do empresariado” de promover uma “guerra de extermínio” ao PT. O texto era de autoria do presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra.
Na sexta-feira, foi retirada a crítica à mídia e ao empresariado. Agora fala-se em “oposição conservadora” ou “direita” (a versão final não foi divulgada), que estaria promovendo não uma “guerra”, mas “adotando um discurso de radicalização política contra as conquistas do governo”.
Apesar da revisão, os discursos contra a imprensa foram duros, segundo relatos, principalmente em relação ao fórum organizado pelo Instituto Millenium com empresários do setor de mídia, jornalistas, professores e políticos. Houve críticas às propostas de “controle social” pelo governo Lula.
– Objetivamente entendemos que setores da mídia estão fazendo campanha contra nós – disse Dutra, após o encontro em São Paulo.
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