O mercado de gás natural é uma grande aposta para os próximos anos, diante da perspectiva de alto crescimento da oferta interna, sobretudo, com as descobertas do pré-sal. O GN apresenta uma vantagem competitiva sobre outras fontes energéticas.
Ele é visto como mais eficiente, pois apenas cerca de 10% do GN produzido é desperdiçada até chegar ao consumo final. Além disso, os avanços tecnológicos estão constantemente melhorando a eficiência na extração, no transporte e no armazenamento, bem como nos equipamentos que utilizam GN.
Na realidade, o GN virou uma commodity depois que a sua liquefação tornou-se economicamente viável. O advento do Gás Natural Liquefeito (GNL) viabilizou a transformação de reservas antes não econômicas em produção.
Outro fato importante foi o aumento na oferta através do chamado shale-gas (gás extraído das rochas) nos Estados Unidos. Isso provocou um descolamento entre o preço do gás e o do petróleo. Nos últimos dois anos o gás não tem acompanhado o crescimento do valor do petróleo.
O GN é um energético ecológico, oferecendo importantes benefícios ambientais quando comparado a outros combustíveis fósseis.
As qualidades ambientais superiores ao carvão mineral ou ao petróleo são as emissões de dióxido de enxofre, insignificantes, e os níveis menores de óxido nitroso e dióxido de carbono. Isto ajuda a reduzir os problemas da chuva ácida, da camada de ozônio e dos gases do efeito estufa.
Em 2011 a oferta nacional de GN irá crescer como resultado da exploração de campos onshore nas bacias de São Francisco, Solimões e Parnaíba, de campos offshore como Mexilhão e dos terminais de GNL no Ceará e no Rio de Janeiro. O principal uso do GNL será atender a picos de demanda do setor elétrico, seguindo a política efetuada em 2010.
O gás importado da Bolívia complementará o restante da oferta, porém irá gradualmente diminuindo a sua importância no que tange à segurança do abastecimento.
Com a regulamentação da Lei do Gás, por meio do Decreto Nº 7.382/2010, e com as futuras resoluções da ANP, espera-se que em 2011 sejam iniciados investimentos privados que se beneficiem da criação do regime jurídico da concessão, do swap e das figuras do autoprodutor e do autoimportador.
No futuro, em função do crescimento da produção interna, o gás natural irá atingir novos mercados. Um primeiro mercado onde o consumo de gás irá crescer bastante é o de geração de energia elétrica.
É importante chamar à atenção para a complementaridade existente entre a geração hídrica e a de gás natural, que poderiam ser operadas de forma harmônica, de sorte a ampliar a energia assegurada das hidrelétricas a fio d’água da Região Norte.
Outro mercado será o da cogeração, ainda incipiente no Brasil. Por fim o gás poderá ser usado em conjunto com as fontes renováveis. Um exemplo seria o carro flex etanol/GNV e o chuveiro usando energia solar e gás natural, ao invés de eletricidade.
Fonte: Brasil Econômico, 27/01/2011
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