O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, Fernando Pimentel, afirmou ontem que na semana que vem os produtos brasileiros barrados na fronteira argentina por determinação do governo da presidente Cristina Kirchner começarão a ser liberados. “Os calçados, com certeza, serão liberados a partir de agora”, afirmou Pimentel, em referência aos 742 mil pares de calçados brasileiros paralisados na alfândega por causa das medidas protecionistas argentinas. As barreiras aos calçados, segundo a Abicalçados, causaria prejuízos de US$ 13 milhões às indústrias brasileiras.
“Esse era um assunto que estava incomodando nossos exportadores, especialmente os gaúchos”, disse Pimentel, em entrevista nos portões da Casa Rosada.
A entrada dos calçados brasileiros ocorrerá em cima da hora das vendas natalinas.
Na última década, mas principalmente desde 2009, o governo Kirchner aplicou duras restrições à entrada de produtos brasileiros. O autor de grande parte das barreiras foi o secretário de comércio interior, Guillermo Moreno, que deixou o governo na semana passada.
Pimentel, avaliando a remoção de Moreno e sua substituição por Augusto Costa, tecnocrata sem as características de confronto de seu antecessor, afirmou que “está ocorrendo, a nosso juízo, uma mudança importante na condução da política econômica argentina”. Pimentel sustentou que a nova fase que inicia “é uma mudança positiva. Acho que avançaremos muito a partir de agora nos diálogos com a Argentina”.
Pimentel, acompanhado pelo assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio García, reuniu-se no Ministério da Economia com o chefe do gabinete de ministros, Jorge Capitanich, e o ministro da Economia, Axel Kicillof, que tomaram posse há duas semanas.
Além deles, participaram do encontro a ministra da Indústria da Argentina Débora Giorgi, autora de diversas barreiras protecionistas contra a entrada de produtos brasileiros, e Carlos Zanini, secretário legal e técnico do governo, considerado o “cérebro” jurídico da presidente Cristina.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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