A população paulistana tem se acostumado a conviver com frequentes pequenas interrupções no fornecimento de energia. Coisa de alguns segundos, algo aparentemente sem grande importância, não fosse nossa crescente dependência das comodidades que a tecnologia proporciona.
Um exemplo bastante prático disso pode ser tristemente notado por quem está com um arquivo eletrônico aberto no computador e a luz dá uma piscada. Suponha que seja um arquivo de texto, como este que escrevo neste momento.
Uma fração de segundo sem energia é suficiente para mandar para o espaço os 2 mil caracteres que compõem este artigo. Como trabalho numa empresa que toma precauções contra problemas dessa natureza, essa falha no fornecimento de eletricidade é neutralizada por equipamentos que acionam dispositivos de geração de energia própria, que prescinde dos serviços da concessionária local.
Quem trabalha em casa ou em pequenas companhias provavelmente não terá a mesma sorte e perderá boa parte do que vinha fazendo no computador.
Nas páginas 14 e 15 da edição do Brasil Econômico desta quinta-feira (24/2), a repórter Juliana Rangel descreve o que os comerciantes do estado de São Paulo estão fazendo para pagar menos energia e livrar-se das eventuais falhas de fornecimento: vão usar 20 mil geradores a diesel.
Evitarão seu prejuízo econômico e aumentarão nossas perdas ambientais, num momento em que se discute tanto o que fazer para diminuir os índices de poluição.
O argumento dos comerciantes para recorrerem a alternativas poluentes – respaldado pelo secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal – é que o índice de interrupção de fornecimento das concessionárias que distribuem energia na região ficou acima do tolerável pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2010.
Das cinco principais concessionárias que prestam serviço em São Paulo, apenas uma respeitou os limites estabelecidos pela agência.
Fonte: Brasil Econômico, 24/02/2011
No Comment! Be the first one.