Como um container pode tornar o mundo pequeno e a economia tão grande? A partir desta simples pergunta o economista Marc Levinson, com passagens por revistas importantes como “The Economist” e “Newsweek”, bem como pelo periódico acadêmico “Journal of Commerce”, publicou o livro “The box” (Princeton University Press, 2006).
Mas qual seria a relevância deste livro para o meio acadêmico e empresarial? Que tipo de informação valiosa poderia ser extraída? Seria um livro interessante?
A história dos containers remota o ano de 1956, especificamente, no porto de Newark, Nova Jersey, Estados Unidos. Inicialmente, esta caixa metálica, nada mais é do que um recipiente apropriado para movimentação de mercadorias diversas, por navios e para todas as partes do mundo. Outras características técnicas como dimensões, envolvendo medidas em pés também podem ser descritas.
Porém, o grande diferencial destas enormes caixas metálicas está na sua inovação para a economia e para as cadeias de suprimentos globais. Muitos economistas desprezam a microeconomia, compreendendo que a macroeconomia é algo mais elegante e mais prazerosa. No entanto, as funções de transportar produtos pelo planeta tornaram-se mais eficientes e os custos dos fretes mais baratos, graças aos containers.
Os professores Edward Glaeser e Janet Kohlhase, ambos da Universidade de Harvard, argumentam que seria muito mais vantajoso para um economista assumir que os movimentos de produtos em larga escala são mais importantes, do que o próprio processo de produção, sendo o container um aspecto essencial para esta análise.
Ao destacar a existência dos containers, o mundo tornou-se menor e mais eficiente. Passando pela melhoria das movimentações portuárias, hoje mais eficientes, produtivas, intensivas em tecnologia, até ao multimodalismo, os custos de transportes puderam ser reduzidos em todo o mundo. Da mesma forma, processos produtivos outrora inimagináveis, puderam ser inventados e implementados em larga escala, citando exemplos como o Just in Time, com produção local, mas distribuição global.
Uma inovação tecnológica hoje se faz presente em poucas horas em todo o mundo e isto se deve as melhorias pensadas e desdobradas pelas estratégias associadas à gestão da cadeia de suprimentos, em particular, aos containers.
Finalmente, o autor destaca a evolução destes, também para outros modais de transportes, como o rodoviário, ferroviário e aeroportuário, integrando demandas, produção, regiões e pessoas, as suas necessidades de consumo.
Observando os movimentos de cargas dos principais centros econômicos do mundo, muito se deve aos containers pelo seu desenvolvimento, alinhando critérios econômicos e cadeias de transportes eficientes. Para um livro que inicialmente parecia sem relevância e com tendências técnicas, o mesmo mostrou-se de grande importância, ainda mais, em épocas de profundas revisões sobre os fluxos do comércio mundial.
No Comment! Be the first one.