“O quão perto ou longe estamos do Brasil aspirante?” A pergunta de Luiz Felipe D’Ávila abriu a primeira mesa do seminário “Entre o formal e o real: desafios na implementação das leis que tornam o Brasil mais transparente”, promovido pelo Instituto Millenium, nesta segunda-feira, na PUC-Rio.
O cientista político relembrou o caso de Danevita Magalhães, Diretora de Publicidade do Banco do Brasil que recusou-se a fazer o pagamento de 60 milhões de reais a Marcos Valério, réu no mensalão. Demitida na ocasião, Danevita nunca mais conseguiu emprego e hoje vive às custas da família, além de ter sofrido três ameaças de morte. O depoimento da ex-diretora, no entanto, foi crucial para a construção do texto do Procurador da República Rodrigo Gurgel sobre o mensalão.
Ao fim da “história”, D’Ávila questiona a plateia: “Quantos de nós estamos dispostos a lutar pelo que acreditamos?”
“Para lutar pelos valores que vão fazer diferença na sociedade, precisamos definir o que é transparência e o que buscamos a partir dela”. O cientista político citou os direitos individuais, a eficiência da administração dos bens públicos, informações sobre competitividade e sobre a responsabilidade dos homens públicos para exemplificar variados propósitos da transparência.
“O propósito está sempre ligado a uma questão de valores. E os avanços do Brasil na área também servem para pensar como esses avanços também são forma de abordar valores e princípios”, finalizou.
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