Em artigo publicado no jornal “O Globo”, quarta-feira 14 de dezembro, o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, criticou a tentativa da implantação do “controle social e popular da mídia” inserido pelo governo federal no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos e objeto de recente debate pelo diretório paulista do PT.
Gabriel escreveu: “Não podemos utilizar como parâmetro em nosso país os nefastos controles sociais e populares da mídia que proliferam na América Latina – como na Venezuela, no Equador, na Bolívia ou ainda em Cuba com o seu célebre jornal “Granma”. Essa mídia, fortemente dirigida, de péssima qualidade, está longe de ser democrática e popular. É uma mídia de Estado pautada por governos de partidos praticamente únicos”.
O presidente da Ajufe alertou sobre ameaças autoritárias que podem passar despercebidas pela sociedade: “Devemos estar atentos, pois os regimes totalitários, sob a pecha de populares, instalam-se sempre sob duas formas: domínio do capital e da informação. Não é isto que queremos para as presentes e futuras gerações de brasileiros”.
Para ele, quem deve controlar as atividades da imprensa é a sociedade civil: “A imprensa, como todos os setores da sociedade, possui as suas mazelas e deficiências, mas quem deve fazer esse julgamento é o povo brasileiro dentro de sua livre consciência no pleno exercício da cidadania. É preferível, em relação ao dito e pretendido ‘controle social e popular da mídia’, que o texto Constitucional de 1988 seja preservado na sua acepção mais democrática, nos livrando do risco de um nefasto ‘controle estatal e político-partidário’ da informação”, finalizou.
Fonte: O Globo
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