Volume chegou a R$ 619 milhões, mas há potencial para dobrar o valor
Para os empreendedores, a notícia é boa: os investidores-anjo brasileiros aumentaram seus aportes em startups.
É o que aponta o estudo A evolução do investimento-anjo no Brasil, realizado pelo terceiro ano consecutivo e apresentado durante a 2ª. Conferência Nacional da Anjos do Brasil, em São Paulo, nesta quarta-feira (27/11).
A pesquisa tem como base os dados colhidos com investidores-anjo entre julho de 2012 e junho de 2013 e mostrou que o volume chegou a R$ 619 milhões, 25% acima do período anterior. Mas se os aportes aumentaram, o número de investidores-anjo se manteve praticamente estável, com um leve aumento de 2%, chegando a um total de 6450.
Essa estabilidade no número de investidores aponta que quem já tem mais experiência nesse mercado investiu mais, mas que as condições conjunturais macroeconômicas brasileiras não favoreceram a entrada de novos investidores.
“Se a economia vai bem, o potencial aumenta. Se não vai, há uma retração no número”, diz Cassio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil. Segundo ele, o estudo apontou que, em média, cada investidor faz um aporte de R$ 96 mil em cada negócio – um crescimento de 22% em relação ao ano anterior.
A pesquisa também reforçou o perfil dos investidores-anjo: eles são empresários ou empreendedores bem-sucedidos com patrimônio para investir, mas – detalhe fundamental – eles não são donos de grandes fortunas. Em média, cada pessoa interessada nesse modelo de investimento tem R$ 416 mil para aportes nos próximos dois anos. “Se a média hoje está em R$ 96 mil por ano por investidor, poderíamos ter o dobro dos investimentos atuais”, afirma Spina.
Quem acredita que os anjos só estão interessados em negócios de internet se engana. Saúde e biotecnologia (44%), entretenimento (35%), educação (38%) competem com TI e internet (75%), mobile (56%) e e-commerce (42%).
Empreendedores x investidores
Um dos painéis da conferência abordou um tema clássico entre os empreendedores: “Tenho uma ideia: como conseguir apoio”. Mediado por Thomaz Gomes, editor de Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o debate contou com membros de projetos e iniciativas públicas, além de um representante da Confederação Nacional de Jovens Empresários. “É fundamental que haja um estudo prévio sobre o mercado em que você quer desenvolver sua ideia”, diz Paulo Rezende, da Finep.
Para ele, é preciso ter um bom mapeamento do mercado e saber que sozinho você não vai a lugar nenhum. “Empreendedor individual tem voo baixo, com características que limitam sua atuação. Por isso, pense no time e forme sua equipe”, afirma. Os debatedores também ressaltaram a importância dos projetos lançados este ano pelo governo federal, como o Start-Up Brasil e o InovAtiva.
Outro debate abordou a questão de como atrair a atenção dos investidores para uma startup. Essencialmente, a primeira preocupação está na equipe. “Produto, mercado e equipe – com pesos diferentes – são fundamentais”, diz Fernando Campos, da Lab22. “Não conheço nenhuma empresa que tenha tido sucesso com o primeiro produto. Ela vai se morfando. Um time bom com uma ideia ruim tem mais potencial que um time bom com uma ideia fraca”, diz Marcelo Sales, da aceleradora 21212.
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios
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