Na mensagem anual do Poder Executivo ao Congresso, feita ontem, a presidente Dilma Rousseff deu sinais de que pretende criar uma fórmula permanente para uma questão que – entra ano, sai ano – sempre é posta na pauta de chantagens com a qual setores do Congresso tentam arrancar benefícios do Executivo. Trata-se do reajuste do salário mínimo.
Desde que a Constituição de 1988 entrou em vigor, a novela se repete com uma regularidade impressionante.
Toda vez que se aproxima a data do reajuste, parlamentares ameaçam puxá-lo para cima – o que pressionaria as contas públicas e ameaçaria as metas fiscais. Este ano, o governo estabeleceu para o mínimo o limite de R$ 545. Tem gente no Congresso falando em até R$ 580.
Se acontecer, será um “Deus nos acuda”. A irresponsabilidade aumentaria o déficit público, que, por sua vez, pressionaria a inflação – e a consequência óbvia de tudo isso seria a corrosão imediata do aumento concedido.
O governo gastaria dinheiro que não tem e entregaria ao povo um dinheiro sem valor. Esse filme o Brasil já viu. Mesmo assim, tem gente que não aprende e quer sempre reprisá-lo.
O pior é que, entre os defensores do mínimo a R$ 580, não há um único parlamentar que pareça se preocupar mesmo com a renda dos assalariados.
O entusiasmo trabalhista dos parlamentares mais exaltados na defesa de aumento maior que o previsto iria imediatamente para o ralo caso o governo nomeasse alguém da legenda descontente para um ministério de orçamento vultoso ou para uma diretoria de estatal que “fure poço e ache petróleo”.
Ao propor uma fórmula permanente para o reajuste, a presidente sinaliza com a intenção de não se tornar, nos próximos anos, refém desse tipo de chantagem. Isso é bom.
O lado triste de tudo isso é que a simples ideia de uma medida como essa pode ser interpretada como uma espécie de capitulação de quem desistiu de esperar do Congresso uma postura sensata. Ou, vista pelo lado positivo, como a prova definitiva de que o país precisa mesmo de uma reforma política.
Fonte: Brasil Econômico, 03/02/2011
O governo de Lula foi um governo desastre, de enganação e enganados inclusive Lula foi usado por Obama no caso do Irã. Teve questões não aceitáveis no de FHC mas de Lula extrapolou. Ele mesmo pensando que o”o cara” (rsrsrs), não é nada mesmo para o mundo. No caso de Dilma ela só foi a candidata do PT por escolha exclusiva de Lula por que o candidato natural e certo dele era José Dirceu. Mas o mensalão derrubou seus planos. Estamos vivendo uma oligarquia e Lula o maior representante dela…
No artigo acima, faltou levar em conta o último aumento salarial que os parlamentares obtiveram em tempo recorde. Esse reajuste salarial aos parlamentares não só aumenta o déficit público, como também causa indignação no eleitor brasileiro que esperava respeito pelo seu voto nas urnas. Este caso, é mais um engodo lamentável da democracia representativa, onde os parlamentares não representam ninguém mais, do que eles mesmos quando estão no poder. Parafraseando Bóris Casoy “ISSO É UMA VERGONHA”!