A 90 minutos de Londres, por uma boa estrada, localiza-se em Milton Keynes um dos orgulhos da cultura inglesa: a Open University (OU). Nasceu em 1968 e hoje é considerada uma das três universidades mais importantes do Reino Unido, do ponto de vista da satisfação dos alunos.
Em 25 anos, contados a partir da primeira visita que fizemos à Universidade Aberta, a instituição cresceu muito. Em companhia do meu filho Celso Niskier, reitor da Unicarioca, pudemos observar que ela faz da qualidade o seu leit-motiv, o que explica o alto grau de evasão. De todos os que são aceitos, nas primeiras séries, 49% abandonam os cursos, a despeito das providências para que isso não ocorra.
São 296 mil alunos, hoje, dos quais 36% estudam online, nos seus mais de 500 cursos (inclusive de pós-graduação). Fomos recebidos pelos professores Peter Scott, Josie Taylor, Anne de Roeck e Alexandra Okada. Informam que a OU está em 23 países, realizando inteligentes parcerias, como são os casos de Espanha e Kuwait. Praticamente todos os cursos são oferecidos, menos um: medicina. A explicação é simples: ainda não conseguiram harmonizar procedimentos com uma boa universidade que disponha de um hospital de alta qualidade.
A idade média dos alunos é de 31 anos e mais de 70% dos seus estudantes trabalham em regime full time, portanto estudam de acordo com as suas possibilidades, num ritmo próprio. Para se ter ideia do que a Open mobiliza, veja-se o número anual de telefonemas: 12 milhões de chamadas. Por aí são tiradas dúvidas, ocupando os 7 mil tutores que se encontram à disposição dos alunos. Outra forma de trabalho é por intermédio do comparecimento aos diversos centros de atendimento, os quais são submetidos a uma auditoria permanente de qualidade.
Escusado dizer (porque isso nos foi mostrado) que os conteúdos são trabalhados cuidadosamente por cerca de mil professores que atuam em Milton Keynes, com todo o conforto. Além da atualidade do material, a impressão é das mais modernas (serviços gráficos). Os módulos são encaminhados via Correio e de uma só vez. Como tínhamos visto alguns programas pela BBC de Londres, quisemos saber como funciona essa interação. É completa e a audiência alcança cerca de 8 milhões de telespectadores, dos quais 300 mil procuram informações que possam ser úteis aos seus cursos.
A entrada na Universidade Aberta pode ser feita duas vezes ao ano, claro que respeitados alguns pré-requisitos, pois os diplomas têm perfeita equivalência no ensino superior britânico. Os créditos obtidos na OU podem ser válidos para outras instituições superiores e, por isso, não há qualquer tipo de complacência quando se trata da qualidade do que é ministrado e apreendido.
Via internet, os alunos podem dispor de acesso a uma incrível quantidade de revistas científicas, além da British Library, que, quando necessário, envia livros para os interessados.
Não se trata de ensino gratuito, mas as anuidades são inferiores às do mercado em geral. São cerca de 7.500 libras anuais, com um pormenor: o governo ajuda a sustentar a Open University, que completa o seu orçamento com o apoio de diversas empresas interessadas nos seus recursos humanos. Elas colaboram para que se formem cerca de 96 mil diplomados em setores que são essenciais para o desenvolvimento social e econômico do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda).
Perguntamos ainda quais são os cursos de graduação mais populares. Já houve uma fase da formação de professores e de administração. Hoje, os principais módulos estão direcionados para artes (passado e presente), introdução às ciências sociais, saúde, administração de negócios e psicologia. Mas a Universidade Aberta encontra-se disposta a aceitar o interesse cambiante dos alunos, sobretudo em virtude dos avanços da tecnologia da informação, largamente utilizada.
Fonte: Correio Brasiliense, 07/05/2013
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