Já virou regra: todo ano eleitoral os partidos lançam candidatos famosos. Apesar de não possuírem nenhum histórico na política nacional, artistas, desportistas, apresentadores e humoristas têm um trunfo muito valorizado pelos partidos: a popularidade.
Conhecidos como “puxadores”, as celebridades alcançam uma margem de votos tão alta que são capazes de elevar o quociente eleitoral e garantir vagas para os políticos menos votados e é isso o que interessa aos líderes das siglas que disputarão as vagas de vereador nas eleições do próximo dia 7 de outubro.
Atento as manobras dos partidos políticos, o historiador e especialista do Instituto Millenium, Marco Antonio Villa criticou o sistema de eleições proporcionais. “O sistema proporcional acaba fazendo com que celebridades se candidatem para puxar votos para o partido ou para a coligação. Há um processo de ridicularização da política”, conclui Villa.
O historiador explica que o sistema de voto distrital acabaria com as distorções das eleições municipais. “Um partido não ia querer que o seu distrito fosse representado por uma figura caricata”, afirmou.
Quociente eleitoral
O sistema de eleições proporcionais justifica o surgimento de candidatos como o humorista Tiririca e do jogador de futebol Romário. Adotado nas eleições para o Legislativo, exceto para o Senado, o voto proporcional depende do número de votos obtido pelo partido ou pela coligação.
O direito a ocupar as vagas disputadas depende do quociente eleitoral, que é a divisão do total de votos válidos pelo número de vagas a serem preenchidas. O número de vagas que um partido ocupará é definido pela divisão do total de votos recebidos pelo quociente eleitoral. Logo a quantidade de votos obtida por um partido é diretamente proporcional ao número de cadeiras ocupadas pelo mesmo nas Câmaras Municipais do país.
Mais
Em 2011 o Instituto Millenium promoveu o colóquio “Voto distrital ou voto proporcional?” na Fecomercio de São Paulo. O evento contou com a presença de 13 especialistas que debateram suas ideias a respeito do sistema eleitoral que consideram ideal para o Brasil.
O áudio dos debates estão nos players abaixo. Para fazer download basta clicar com o botão direito em DOWNLOAD e em seguida salvar destino como.
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1º painel – “A viabilidade da reforma política”com Ricardo Salles (moderador), Luiz Felipe D’Ávila, Arnaldo Madeira e Claudio Lembo.
2º painel – “O impacto do sistema eleitoral na economia” com Luiz Felipe D’Ávila (moderador), Samuel Pessoa, Carlos Eduardo Soares Gonçalves e Carlos Pereira.
3º painel – “Sistema eleitoral e a questão da representatividade e da responsabilidade” com Luiz Felipe D’Ávila (moderador), Alberto Carlos Almeida, Jairo Jorge e Bruno Reis.
4º painel – “Quem ganha e quem perde com a adoção do voto distrital?” com Luiz Felipe D’Ávila (moderador), Eduardo Graeff, Orjan Olsen e José Álvaro Moisés.
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