O avanço da tecnologia não causará apenas a extinção de muitas vagas de emprego, mas abrirá um leque de carreiras emergentes. Segundo uma pesquisa da consultoria de recrutamento Robert Half, as 10 profissões e carreiras mais promissoras estão diretamente relacionadas à tendência da digitalização.
A pesquisa foi feita em 13 países e na União Europeia. No Brasil, o estudo contempla todo o território nacional e diversos setores da economia. “Tentamos dar uma visão geral do mercado de trabalho, independente do segmento”, diz Maria Sartori, diretora de recrutamento da Robert Half do Brasil. Ao todo, 2.909 executivos foram consultados, cerca de 300 deles do Brasil.
O destaque ficou com as profissões digitais que envolvem análise do comportamento do consumidor, como em compras online. O cargo de gerente de e-commerce foi considerado o mais promissor do mercado, citado por 41% dos entrevistados. O salário, de acordo com o levantamento, varia de R$ 6 mil a R$ 18 mil.
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Outro setor que teve destaque foi o de profissões relacionadas à aprendizagem digital, sobretudo dentro das empresas. O e-learning, ou seja, o aprendizado online corporativo, ocupa o segundo lugar da lista, com 40% das respostas.
“É preciso atingir o maior número de funcionários dentro de uma empresa e treiná-los em uma determinada tecnologia, mas dessa vez sem estar fisicamente presente, como era há 5 anos”, diz Maria Sartori.
Enquanto isso, a preocupação crescente das empresas com a presença nos meios digitais colaborou para fazer da carreira de consultoria em transformação digital um segmento de destaque no mercado de trabalho. A profissão é apontada por 40% dos entrevistados e ocupa o terceiro lugar no ranking, com salários que variam de R$ 4,5 mil a R$ 9,5 mil.
Em quarto lugar, está a carreira de assistente digital (38%). Maria Sartori diz que apesar do uso massivo da tecnologia para a resolução de problemas e atendimento personalizado, a profissão de assistente virtual ainda é importante. “Uma profissão como essa acaba substituindo uma profissão tradicional, como a de secretário. Até algum tempo atrás, todos os níveis de gerência tinham seus próprios secretários ou assistente”, diz.
O surgimento desse ramo, segundo ela, serve como uma flexibilização do trabalho, permitindo ao profissional a prestação de serviços para mais de uma empresa de forma simultânea e remota. “Por mais que a substituição já tenha começado, a troca por completo pelos assistentes digitais ainda está muito longe de países em desenvolvimento, como o Brasil.” A média salarial para essa profissão é de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil, de acordo com a pesquisa.
Comprometimento com o bem-estar
Afora o volume de vagas, alguns cargos chamam a atenção pela originalidade. Entre eles, o de especialista em diversidade e o gerente de engajamento, por exemplo. Essas profissões espelham uma preocupação recente – e crescente – dentro do ambiente corporativo: o bem-estar e inclusão.
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Maria Sartori diz que é possível compreender a relevância destas carreiras se levarmos em consideração que o nível de produtividade de um profissional está diretamente ligado ao seu nível de satisfação e felicidade. “Se o principal recurso de uma empresa são as pessoas, temos que, cada vez mais, sair do olhar tradicional e aprofundar a relação com os colaboradores. Por isso a preocupação em engajar e reter profissionais”, diz. Confira a lista completa das “profissões do futuro”, segundo a Robert Half:
1. Gerente de e-commerce
Salário: R$ 6 mil a R$ 18 mil.
2. Gerente de e-learning
Salário: R$ 10,5 mil a R$ 23 mil
3. Consultor de transformação digital
Salário: R$ 4,5 mil a R$ 9,5 mil
4. Assistente Virtual
Salário: R$ 1,5 mil a 4 mil
5. Gerente de Customer Experience
Salário: R$ 9,5 mil a R$ 18 mil
6. Especialista em diversidade
Salário: R$ 11 mil a R$ 25 mil
7. Gerente de talentos
Salário: R$ 12 mil a R$ 26 mil
8. Gerente de engajamento
Salário: R$ 11 mil a R$ 20 mil
9. Gerente de bem-estar
Salário: R$ 7 mil a R$ 13 mil
10. Gerente de recrutamento
Salário: R$ 9 mil a R$ 23 mil
Fonte: “Época Negócios”, 15/07/2019