O mercado de ciência de dados não é recente, mas ganhou um novo impulso conforme os computadores se tornaram mais poderosos. Antes, a área fazia parte do campo da estatística e o setor financeiro já utilizava esse método para prever o grau de risco para oferecer empréstimos. Agora, a ciência de dados é usada por bancos, seguradoras, empresas farmacêuticas e governos.
A ciência de dados data de 1962, quando John W. Turkey publicou um ensaio chamado O Futuro da Análise de Dados. “A análise de dados, e as partes da estatística aderentes a ela, devem pegar características da ciência em vez da matemática, uma vez que a análise de dados é uma experiência empírica”, escreveu Turkey.
Durante a pandemia do novo coronavírus, a companhia americana SAS, uma das pioneiras do setor de ciência de dados, forneceu tecnologia de predição de dados ao governo dos Estados Unidos para estimar a quantidade de leitos de hospitais e de UTIs que seriam necessários. Além disso, a ciência de dados também permitiu a criação de um painel que centraliza informações estruturadas, organizadas em uma planilha, por exemplo, e não estruturadas, como aquelas que são publicadas em redes sociais ou na web como um todo.
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Rychard Guedes, professor do novo curso de Introdução à Data Science e Python do EXAME Academy em parceria com a escola de programação Let’s Code, afirma que a explosão de dados aliada ao avanço do poder de processamento dos computadores puxou para cima uma forte tendência de tomada de decisões com base em dados, o que faz com que o profissional com conhecimentos nessa área seja muito requisitado.
“Nós consumimos e criamos muitos dados na internet. A partir dessas interações, conseguimos melhorar processos de forma sem precedentes. As possibilidades são infinitas e dependem da criatividade da pessoa”, disse Guedes.
O especialista afirma que a vantagem do uso da ciência de dados na pandemia é a velocidade de interpretação de informações. “Em uma competição online, foi possível estudar 181.000 artigos sobre a covid-19 usando a ciência de dados. Imagine o tempo que uma pessoa perderia para ler tudo isso.
Por que a ciência de dados não previu a pandemia do novo coronavírus?
A resposta é simples: não havia dados sobre o comportamento do vírus. Ele é completamente novo. “Se previsões com base em dados de São Paulo são aplicadas à Paraíba, elas irão errar. São os dados do passado que projetam o futuro. A pandemia do novo coronavírus nunca aconteceu. Por isso, não é possível fazer previsões. Conseguimos projetar o futuro a partir de agora, que já temos mais dados“, diz.
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Na saúde, a ciência de dados foi aplicada pela americana IBM para identificar 77 substâncias químicas que poderiam ser usadas para conter o avanço do contágio do novo coronavírus no mundo. A análise, feita no supercomputador Summit, ajuda a nortear pesquisas de medicamentos que podem ser usados para tratar a covid-19.
A receita do mercado de ciência de dados crescerá a uma taxa de 30% ao ano até 2024. Globalmente, o faturamento do setor foi de 38 bilhões de dólares em 2019 e saltará para 141 bilhões de dólares em 2024, segundo estimativa da consultoria americana MarketsAndMarkets. Com mais dados e mais profissionais capacitados para interpretá-los, as empresas poderão tomar decisões inteligentes para seus negócios e para seus clientes — seja na saúde, seja no setor financeiro ou em qualquer área que se beneficie do novo petróleo: os dados.
Fonte: “EXAME”