Cuidado – texto altamente perigoso – material perecível (ou não)
Fiz um contato com um corretor de imóveis procurando saber qual o valor de venda de um apartamento no meu prédio, pois um grande amigo procura um imóvel e poderia interessar-se por aquela região. Muito bem, 3,3 vezes o valor que eu paguei no meu apartamento (no mesmo prédio) há dois anos e meio.
Qual a inflação acumulada do período? Pelos índices oficiais, 15%. Eu andei discutindo bastante com alguns amigos, parceiros de negócio e bons amigos de twitter sobre a questão da existência ou não de um bolha imobiliária. Vou aqui apresentar alguns critérios de análise:
1 – Temos refinanciamento? R: Não
2 – Há problema de liquidez nos agentes de fomento e construtoras? R: Não
3 – Os envolvidos na cadeia da construção civil tem liquidez questionável (como regra)? Há excesso de oferta de material? R: Não
Muito bem, estou praticamente convencido que não há uma bolha. Mas e esta valorização absurda de 230%, em cerca de 30 meses? Bom, aí eu já posso partir para uma análise de credibilidade dos índices e métodos oficiais de cálculo da inflação. A apreciação da moeda vem de um descompasso na balança comercial ou de um enorme aquecimento no consumo interno?
Um belo dia, o ex-ministro Delfim Neto sugeriu que os índices oficiais de inflação (à época) eram, digamos, adaptados à conveniência do governo. Como pode um país que passou tanto tempo carente de investimentos em infra-estrutura e com um mercado altamente comprador, que vem de um histórico gigantesco de déficit habitacional formar uma bolha tão rápido?
Nosso sistema financeiro tem uma solidez única no mundo, porém ele é absolutamente parcial na defesa dos operadores deste sistema, conhecidos internacionalmente como Bancos. Não há governo no mundo que ao solidificar uma economia e manter uma inflação real na casa de um dígito, que permitiria que seus operadores financeiros transferissem aos cidadãos envolvidos na cadeia produtiva taxas de juros de três dígitos.
O governo e o sistema sabem o quão mascarado anda o índice inflacionário brasileiro, mas o cenário internacional não permitirá que os leões sejam libertados. O que posso dizer? Mesmo sem bolha talvez os imóveis não sejam atualmente os melhores destinos de seus investimentos. Que tal ações do Itaú ou do Banco do Brasil? Isto me parece mais conveniente. Por outro lado, o bom e velho aluguel ficará restrito aos poucos que não tenham recursos para uma eventual entrada (pagamento inicial) de um financiamento, mas corram, na velocidade de tudo atualmente e
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