Homens têm direitos fundamentais em qualquer parte do mundo
Rio – Princípios são referências que elegemos e internalizamos para determinar ações, reações e julgamentos. Podemos mudá-los, muitas vezes isso é sinal de amadurecimento e maior conhecimento sobre a complexidade das coisas, mas é preciso tê-los.
A partir deles, estamos no mundo e somos o que acreditamos. É assim no caminho do indivíduo ou da Nação. Afirmar e negar, eis o sentido. Para tanto, criamos leis, do direito ou da tradição da cultura, pensada como reunião do produzimos, material e imaterialmente, em todos os campos. Isso forja civilizações.
O abandono dessas leis é o caminho para a incivilização e seu aperfeiçoamento, o rumo para maior bem-estar. Sou universalista e creio que as conquistas no amparo do bem individual são direito de todos. Direitos à opinião, à livre iniciativa, à propriedade, à educação, à saúde, à opção sexual e religiosa, etc.
Por isso, um homem em greve de fome pelo direito de opinião me comove. Seja em Cuba ou outro lugar. Por isso, a repressão às mulheres no seu direito de individualidade me entristece, no Nordeste ou no Sudão.
Onde houver um homossexual perseguido por sua opção, um religioso por sua fé, um judeu por sua condição, um negro por sua cor, ali devemos dizer não. Ali, devemos ser homossexual, religioso, judeu, negro.
Constituir a condição do “nós” e consequentemente a do “eles” é o primeiro passo para o crime. E insisto numa ideia; os piores crimes são construções lentas, diversas, muitas vezes travestidos de boas intenções. Daí, a necessidade de não relativizar, não esmorecer nem “pragmatizar” nossa conduta.
Volto ao início, aos princípios. É o bem maior, nossa condição de existir. Seja diante dos nossos filhos, seja diante das Nações e dos poderosos. Dize-me com quem andas e o que fazes e a história dirá quem és. Disso não escapamos. Ainda bem.
Fonte: Jornal “O dia” – 20/03/10
Isso já deveria ser senso-comum. No entanto…