A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) fará racionamento de água nos bairros centrais da capital federal a partir da próxima segunda-feira, dia 27. Entre as áreas afetadas estão os bairros do Plano Piloto, sendo um total de 557 mil pessoas abastecidas pelo reservatório de Santa Maria. Mas a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes – onde estão o Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal — serão poupados, segundo informou a Caesb nesta quarta-feira.
Em um primeiro momento, os órgãos localizados na Esplanada não passarão pelo rodízio por questões de “segurança nacional”. A Caesb argumentou que a decisão (de incluir o plano piloto no rodízio) não pode interferir em competências federais.
Entre as entidades que não serão afetadas estão os palácios da Alvorada e Jaburu, residências oficiais do presidente e do vice, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Congresso Nacional, ministérios, tribunais e demais palácios. Contudo, os órgãos do poder público que não estão localizados na Esplanada, como a Câmara Legislativa, o Tribunal de Contas da União e Procuradoria-Geral da República, terão que se adaptar ao corte de água.
Apesar de “livres” do racionamento, os órgãos vem adotando medidas para reduzir o consumo. A assessoria de imprensa da Câmara dos Deputados informou, por meio de nota, que no ano passado houve uma queda de 15% em relação a 2015. A Secretaria de Administração da Presidência da República também informou estar trabalhando com a conscientização dos funcionários, assim como o aprimoramento de procedimentos para reduzir o consumo ao mínimo.
A medida entra em vigor após a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) publicar duas resoluções na edição de anteontem do Diário Oficial. A primeira resolução limita a captação de água no Reservatório do Descoberto e, a segunda, no Reservatório de Santa Maria. As medidas refletem que ações aplicadas até o momento não pouparam tanto quanto era esperado e que a situação se torna cada vez mais preocupante. Apesar do aumento do nível nos reservatórios com as chuvas de fevereiro, a saída de água para o consumo continua extremamente alta e a Adasa tenta se precaver para o período da seca, entre abril e setembro.
— A meta é ter água para enfrentar a seca, a hora é de poupar. Os esforços da população estão dando resultados, mas, dependendo da quantidade das chuvas, pode haver a adoção de medidas ainda mais restritivas — explicou o Diretor-presidente da Adasa, Paulo Salles.
Entre as novas restrições que podem ser aplicadas estão a redução da outorga de concessão de água da Caesb, ou seja, a companhia terá menos água para distribuir e o aumento dos dias de corte de fornecimento, de um para dois. O rodízio de água em Brasília teve início em 16 de janeiro, devido ao baixo nível no reservatório do Descoberto, que fornece para 66% da população.
Desde então, a cada seis dias um grupo de cidades satélites tem o fornecimento cortado por um período de 24 horas, com uma janela de 48 horas para a reestabilização total do serviço, que é retomado gradualmente para não prejudicar as estruturas físicas de abastecimento. Desde 30 de janeiro, as regiões abastecidas pelo reservatório de Santa Maria, que estavam excluídas do rodízio, passaram a ter a pressão reduzida.
Fonte: “O Globo”.
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