Na última terça-feira, 3 de março, o governo federal anunciou um pacote de medidas para estimular as empresas nacionais. Entre as ações previstas estão a desoneração da folha de pagamentos, o controle do câmbio, a ampliação de créditos a juros menores, a defesa comercial e reserva de mercado.
No artigo “Chega de Pacotes!”, o especialista do Instituto Millenium e economista Rodrigo Constantino criticou o novo projeto. “Trata-se uma vez mais de medidas paliativas, pontuais.”
O governo também anunciou o aumento do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para os produtos importados e a reserva de mercado para os produtos nacionais. Constantino fez uma análise negativa da postura governamental. “Este é um governo protecionista, desenvolvimentista, que abraçou com vontade o modelo de capitalismo de estado, que concentra poder excessivo no governo central.”
A equipe econômica da presidente Dilma Rouseff espera alcançar um PIB de 4,5% através da ampliação da competitividade das empresas e das indústrias nacionais. Para Constantino o conjunto de ações prometidos pela administração atual não resolverá o problema da economia nacional. “O cobertor é curto e as reformas não são feitas, quando o governo ajuda um companheiro industrial, ele tira de outro lugar, prejudicando o país como um todo.”
O governo Dilma e seu aparentemente principal estrategista econômico continuam com o péssimo costume de tentar algo similar a estancar fortes hemorragias com curativos adesivos vendidos em supermercados.
Não só não existe algo como almoço grátis, mas quando um almoço é fornecido com certos custos apertados e “maquilados” a alguém, por força da ação sempre perturbadora do estado, não tardará a outro alguém adiante passar fome num horário de refeição.
Por último, submeterão a todos a forçada dieta, junto com a já costumeira ressaca provocada por expansão insustentável (pois irresponsável) de crédito.
Esses ditos economistas especialistas têm alguma limitação intelectual para entender que essa vai ser a realidade do mundo a partir de agora. Todos os países importantes e que realmente tiverem o mínimo de clareza sobre o que a economia significa promoverão (e já estão promovendo) algum tipo de proteção aos seus mercados nacionais nos próximos anos. Por favor, revisitem o discurso do Obama na abertura do exercício de 2012 no Executivo norte-americano. Até quando o Brasil continuará a ouvir a opinião desses economistas de segundo escalão, quando Coréia, China e mesmo Japão se desenvolveram ao longo da história mostrando que a ação estatal é sumaria e inequivocamente indispensável?
Acordem gente, estamos em cenário de crise, e EUA e outros países centrais já enviaram claros sinais de que se apoiarão em reservas de mercado para reativarem a indústria nacional e o emprego. Alguém ainda acredita na OMC? Vocês realmente acreditam que a solução para a desindustrialização é mais abertura?
“O planejamento central não funciona. A economia de mercado sim!”…
Quero ver você dizer isto lá na Grécia, lá na Espanha, lá em Portugal!
E, se tiver peito mesmo, lá na Islândia! E, se tiver sorte, não ir preso (na Islândia, OK?).
É, realmente o governo precisa decidir se vai ajudar os grande exportadores (Gente de muita grana) ou o povo, que consome o que não foi exportado, à preços exorbitantes…
O dólar em alta realmente só favorece quem tem muito. A fórmula é bem simples:
Dólar alto, tudo o que é produzido é exportado. E o que sobra para nós? O que não foi exportado e que fica difícil de se encontrar em bom estado de conservação. Com isso, quem tem o produto, cobra quanto quer, pois não tem concorrência. Os concorrentes? Venderam tudo na exportação…
E alguns produto primordiais que são importados, como: trigo, medicamentos, eletrônicos de ponta, combustível e etc… são pagos em dólar alto!!!
Afinal, o que é bom para o povo?
Em que país do mundo inicialmente pobre teve a ação do mercado a promoção do crescimento econômico no século XX e XXI? Pois certamente não foram nos emergentes sempre planificados, ou protecionistas, ou com participação intensa do Estado. Inclusive no Brasil em tempos de democracia e de ditadura vivemos de planos econômicos (Plano de Metas – JK, 1º PND – Médice, 2º PND – Geisel) – se considerarmos apenas estes períodos de planificação podemos dizer que a economia cresceu acima de 8% a.a. ou 10,5% no 1º PND. O Estado tem que cumprir sua função de dar mercado aonde não há mercado, e garantir mercado livre onde há mercado.