Após não obter sucesso com a abertura de seu primeiro negócio, a administradora Luciana Padovez decidiu começar seu mestrado em Empreendedorismo e Inovação na Universidade Federal de Goiás (UFG). Lá conheceu o também estudante Altair Camargo e, juntos, criaram a Sempreende, uma escola para empreendedores que já formou mais de mil alunos. Usando metodologias disruptivas, os sócios mostram que é possível aprender a ser líder e construir negócios de sucesso através do desenvolvimento e capacitação das habilidades de cada um. Ouça a entrevista no player abaixo!
O primeiro curso foi lançado em 2017. Hoje, já são 12 matérias diferentes, com previsão de inclusão de novos conteúdos ainda este ano. Entre as turmas, estão opções como liderança, gestão financeira, marketing para mídias sociais e inteligência emocional.
“Houve um tempo em que achávamos que o empreendedorismo era nato. Associava-se muito ao empreendedor aquela pessoa proativa, comunicativa e boa para negociação. Mas a verdade é que existem vários perfis de empreendedores. Grandes nomes do empreendedorismo são muito tímidos ou não gostam de lidar com gente, o próprio Steve Jobs era conhecido por ser grosso com sua equipe e não ter tato com as pessoas, e era brilhante. Aconselho fazer uma avaliação dos seus pontos fortes e fracos. Depois, trabalhar para reforçar os pontos fortes e para tentar atenuar os pontos fracos. Dificilmente seremos bons em tudo”, compartilha Luciana.
Uma das metodologias aplicadas para educar os empreendedores é a Lego Serious Play. Luciana explica que a técnica utiliza o tradicional brinquedo para estimular o pensamento criativo. “As nossas mãos estão conectadas a mais ou menos 70% das células do nosso cérebro, por isso, quando as utilizamos, despertamos um lado que é mais emocional do que racional. Dessa forma, os alunos conseguem entender melhor o que sentem”.
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O ensino do empreendedorismo, seja na escola ou nas universidades, ainda não é uma realidade concreta no país, e que traria benefícios não apenas para a economia, mas também para a personalidade do indivíduo, acrescenta Luciana:
“O Brasil tem muito potencial. Somos o país que mais empreende no mundo se considerarmos o empreendedorismo de necessidade também, mas ainda estamos fazendo isso de forma amadora. É importante estimular as competências empreendedoras desde a infância e adolescência, para que eles consigam desenvolver seu potencial de criatividade, de solução de problemas, de buscar inovações pra sociedade, trabalhar em equipe etc”.