O subtenente Edson Maia da Marinha foi executado a tiros, na manhã desta quinta-feira, após reagir a um assalto, em Manilha, quando deixava a filha na escola. Ele morreu na frente da filha.
O assassino do subtenente tem 92% de chance de permanecer impune. Se for preso, é possível que responda ao processo em liberdade. Se for condenado, é improvável que fique mais que cinco anos atrás das grades. Ficará em um presídio controlado por sua facção criminosa. Poderá receber R$ 1.223,00 por mês de auxílio-reclusão e será atendido pela Pastoral Carcerária e dezenas de ONGs. Para cada livro que disser que leu, reduzirá alguns dias de sua pena. Poderá receber “visitas íntimas” (eufemismo para fazer sexo).
Quando o assassino sair da cadeia, se cometer outros crimes – o que acontece em mais de 60% dos casos – ele terá direito a exatamente os mesmos benefícios.
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A família do subtenente receberá uma sentença perpétua de dor e saudade, e enfrentará dificuldades financeiras. Com seus impostos, ela ajudará a pagar o auxílio-reclusão do assassino. A filha do subtenente jamais esquecerá a cena do pai sendo assassinado diante dos seus olhos.
Em poucos dias o nome do subtenente Edson Maia será esquecido. Ele não vai virar nome de nenhuma praça.
São 63 mil brasileiros assassinados de forma covarde todos os anos.
Não existem praças suficientes para homenagear tantos mortos.