Da vontade de ajudar empreendedores com projetos inovadores na área de educação, surgiu, em 2016, a Future Education, startup que apoia e auxilia o desenvolvimento de empresas que possuem estratégias disruptivas para o setor no Brasil. Em entrevista ao Instituto Millenium, o CEO da organização, Thiago Chaer, traçou um panorama do segmento no país e falou sobre como a tecnologia vem contribuindo para resolver problemas educacionais dos brasileiros. Ouça!
Com a meta de apoiar 240 startups nos próximos dez anos, a Future Education encerra 2017 com 16 processos de aceleração em andamento, através de um programa que conta com uma rede de especialistas e mentores para oferecer suporte e incentivo visando o desenvolvimento desses empreendedores. Participam do projeto as edtechs, organizações que buscam resolver um problema real de aprendizagem ou educação, utilizando para isso uma base tecnológica. Segundo Thiago, atualmente, existem de 300 a 400 empresas do tipo no país.
“No Brasil e lá fora, lidamos com a cultura dos pais, dos professores e dos alunos. Quando falamos em incluir a tecnologia no processo de ensino e aprendizagem, temos que considerar estes três interessados e suas expectativas. Todos eles têm algo em comum, que é o anseio pela tecnologia, e não sabem como ela pode ajudar a desenvolver a autonomia, que é algo muito novo para nós, especialmente os formados por uma escola tradicional”, analisa Thiago.
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O CEO enumera três desafios para as startups brasileiras que estão começando no segmento educacional. No topo da lista, está a cultura de investimento em empresas com faturamentos altos para reduzir riscos – um problema para este mercado, cujo retorno pode ser demorado. Outra questão importante é conhecer a fundo a educação. Segundo o empreendedor, a maioria das edtechs brasileiras são fundadas por pessoas que não são especialistas na área, contribuindo para que o trabalho da aceleradora siga duas vertentes: mostrar como funciona o setor e ajudá-los a conhecer o mundo do empreendedorismo.
O terceiro desafio, para Thiago, é a paixão pelo segmento. “É importante realmente ter um propósito em torno da educação. Se quer ajudar a reduzir o índice de analfabetismo, se quer ajudar a educação especial ou desenvolver o ensino superior…. É preciso identificar em si mesmo o porquê de estar fazendo isso, qual problema se quer resolver e como encontrar, em sua história, elementos que possam contribuir para isso. Esse hábito é fundamental para que se desenvolva resiliência e consiga persistir no caminho, porque não é fácil.”, aconselha Thiago.
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