As ultimas eleições trazem algumas reflexões. Com a aprovação do projeto “Ficha Limpa”, tivemos considerável avanço no processo de escolha dos representantes do povo. Mas, trato de assunto mais amplo: a maneira de eleger estes representantes. Neste particular, sou inteiramente favorável ao voto distrital. Os que o combatem, alegam que ele possibilita maior suborno, corrupção, etc. A alegação não procede. As eleições mais limpas, mais autênticas, são as eleições municipais. Nelas, se o candidato não é conhecido no município não tem chance. Muito difícil, especialmente nos municípios do interior, haver corrupção na eleição de vereadores. Todos que se candidatam já foram analisados, porque são gente do lugar. O voto distrital vincula o candidato à determinada região, o eleitor sabe quem é seu deputado, e dele cobra sua atuação em prol da coletividade. Como conseqüência a Federação sai fortalecida.
O voto distrital é adotado nas federações autênticas como os Estados Unidos da América. Tendo vivido neste país algum tempo, como estudante universitário, observei o espetáculo dignificante dos eleitores que, nas votações importantes, enviavam milhares de cartas a seu deputado, exigindo esta ou aquela atitude ou verberavam seu procedimento nestas votações. Muito diferente o que se passa no regime do voto proporcional adotado no Brasil. Conheço deputados que se elegeram somando pequenas quantidades de votos em cada município e, uma vez eleitos, não se julgavam obrigados a defender nenhuma região, pois o eleitor para eles é algo indefinido. A crítica feita ao voto distrital, de que os deputados federais passam a ser meros defensores de sua circunscrição eleitoral, perdendo visão dos problemas nacionais, não tem sentido. Visão ou não dos problemas nacionais não depende da maneira de como é eleito o deputado e sim de sua estatura política, de sua envergadura de homem público. Com o voto distrital, elimina-se também competição estéril entre candidatos do mesmo partido, todos disputando votos em todo Estado, pois haveria em cada circunscrição eleitoral apenas um candidato de cada partido.
Muito se tem falado em justiça social, democracia, reforma de partidos, autenticidade de representação popular etc. Mas a verdade é que, se não tivermos processo eleitoral que garanta, da melhor maneira possível, a escolha dos representantes do povo, se estes representantes não se sentirem obrigados a prestas contas ao seu eleitor, a eleição se torna uma fraude. E este processo tem que ser o menos custoso possível, para que os candidatos não sejam tentados a recorrer a financiadores inescrupulosos que, lhes vão cobrar futuramente os “favores” concedidos. E, indiscutivelmente, o voto distrital torna o custo da eleição para o candidato, muito menos oneroso.
A corrupção que hoje ronda o processo eleitoral brasileiro é difícil da acabar. Por isto o descrédito do atual parlamento brasileiro. Espero que estas sugestões sejam aceitas para as próximas eleições.
Termino com Charles de Gaulle: “Política é uma questão muito séria para ser deixada só para os políticos”.
Cavalheiro. Também já pensei como você. Mas hoje vejo que estava errado pois o voto distrital faz os cidadãos de um distrito menos populoso valerem mais que os de mum maior população. Além do que, cabe ao cidadão escolher em quem votar e não ao sistema eleitoral me tolher neste direito.
clayton:
primeiro,os distritos devem ter mais ou menos o mesmo nº de eleitores;sua crítica vale pro sistema atual! v vota no tiririca e elege com ele quatro outros caras q em quem v não votaria.
no seu distrito v terá tantas opções qtos sejam os partidos!
o sistema eleitoral não tolhe o seu dto.
e v só pode votar em q for candiodato, não?