Com mediação do advogado Sebastião Ventura, o debate sobre reforma política entre o cientista político Nuno Coimbra e o cientista social Paulo Moura, transmitido ao vivo no canal do Imil no YouTube, destrinchou importantes temas em trâmite no Congresso Nacional. A renovação da classe política foi o primeiro assunto indagado por Ventura: é possível, no Brasil, resgatar a política como uma atividade nobre? Para Moura, apesar de todo o pessimismo da sociedade com a classe política, a atual “limpeza institucional” deflagrada pelos órgãos responsáveis e apoiada pela sociedade brasileira trará uma renovação do quadro dos representantes motivada pelos movimentos sociais vindos de fora a política. Nuno acrescentou que os partidos devem se esforçar para voltar a representar as pessoas: “Não existe caminho fora das instituições, um dos problemas que vivemos é de uma grande desconfiança do cidadão comum com as instituições de representatividade. Os partidos precisam buscar a sociedade”.
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Sobre o voto em lista fechada, Coimbra afirmou que o sistema “é um golpe na cara do eleitor”. O cientista social lembrou que a reforma política costuma aparecer na pauta do Congresso Nacional de tempos em tempos como tentativa de desviar a atenção do eleitor para escândalos de corrupção. Nuno destacou que não é contra o voto em lista fechada, mas que a tentativa de aprovar este sistema no Brasil é puramente uma tentativa de beneficiar a própria classe política: “No meu modo de ver, ainda que eu não ache [o voto em lista fechada] a pior coisa do mundo, não seria uma boa mudança”, disse.
Outros temas também foram abordados pelos especialistas. Entre eles, o financiamento público de campanha, a candidatura independente, a institucionalização do caixa 2 e o papel político do Supremo Tribunal Federal.
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