A necessidade de reformas em nossas leis impõe-se na medida que enxergamos um país refém de instituições arcaicas. Várias nações passam pelo mesmo desafio, mas chegou o momento do Brasil encarar os seus problemas de frente se deseja constituir-se em uma nação de sucesso, próspera e capaz de gerar emprego, renda e riqueza.
Sabemos que um governo eficiente para o cidadão precisa observar premissas básicas, como equilíbrio fiscal e gestão eficiente. A falta destes fatores levou nosso país a uma situação perigosa, que colocou em xeque a estabilidade econômica, ceifou empregos e lançou o Brasil em uma espiral inflacionária. Depois da irresponsabilidade, sempre haverá o tempo do ajuste. Passamos, agora, pelo difícil processo de reorganizar as contas.
O Brasil vive sob o amparo de grandes programas sociais, infelizmente sem porta de saída, o que torna a população refém de políticas assistencialistas que perpetuam os mesmos políticos no poder. A previdência social, por exemplo, exacerbou seu papel, passando a atuar também como uma agência de assistência social — um dos fatores responsáveis por gerar seu desequilíbrio e déficit. Não há dúvida que, dentro do modelo atual, o sistema precisa de reforma, entretanto, já chegou o momento de nos questionarmos se este é o modelo que queremos.
A diminuição do leque de amparo social do governo deveria ser acompanhada de uma revisão profunda das leis trabalhistas, hoje instrumento inibidor do emprego e da atividade produtiva. A reforma proposta pelo governo é um primeiro passo, entretanto, a revisão necessária precisa ser muito mais profunda e desarmar armadilhas que mantêm nosso país refém de uma mentalidade atrasada e ultrapassada, que precisará em breve ser enfrentada.
O reformismo, portanto, deve ser instrumento essencial de qualquer governo que tenha compromisso com o futuro do Brasil. Alterar as regras da previdência, da forma proposta, acabará gerando um fato político positivo, entretanto, está longe de ser a reforma necessária no sistema. Mudar as regras de relação do trabalho constitui-se em ponto essencial para mover nosso país para frente. Mexer de forma substancial na regras tributárias é mais do que necessário para que empresas estejam focadas mais no resultado e menos em se defender da fúria arrecadatória do governo.
Para que um novo país possa emergir dos escombros dos esquemas de corrupção descobertos pela Lava Jato, precisamos pensar o modelo de nação que desejamos para o futuro. Não há dúvida que a diminuição do tamanho do governo, cortando impostos, enxugando regras e desburocratizando a vida das empresas e do cidadão é o melhor caminho. Portanto, aqueles que se apresentarem como gestores eficientes, aliados também da qualidade política capaz de aprovar reformas essenciais, são aqueles que o eleitorado escolherá para conduzir este processo. O Brasil não pode mais esperar.
Fonte: “O Tempo”, 1º de maio de 2017.
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