A confusão generalizada e as cenas de vandalismo protagonizadas por passageiros na estação de trem de Sampaio, nesta quinta-feira, 9 de fevereiro, e o início de uma manifestação na Central do Brasil chamam a atenção para a precariedade do sistema ferroviário do Rio de Janeiro. O tumulto começou por volta das 7 horas, quando passageiros da composição que liga Queimados a Central do Brasil tiveram que desembarcar por problemas técnicos. Inconformados com a situação, alguns clientes chegaram a apedrejar trens e policiais.
As reclamações sobre os serviços prestados pela SuperVia são frequentes. Além dos atrasos e da superlotação, o sistema ferroviário também apresenta problemas de infraestrutura como bilheterias e plataformas com estruturas ultrapassadas, falta de banheiros e pouca acessibilidade a cadeirantes.
Para o especialista do Instituto Millenium, Júlio Hegedus Netto, “a falta de qualidade dos serviços prestados pela SuperVia decorre, em parte, das falhas na fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”.
A privatização da malha ferroviária urbana de trens da região Metropolitana do Rio de Janeiro aconteceu em 1998. Em 2010, a Supervia recebeu uma concessão do governador Sergio Cabral para renovar o contrato de administração dos trens por mais 25 anos. Como o atual contrato vence apenas em 2013, a empresa tem direito de controlar o transporte férreo até 2048.
Hegedus acredita que “a falta de concorrência, aliada a debilidade da fiscalização, vem contribuindo para a deterioração do transporte férreo na cidade”.
Em nota, a empresa explicou que enviou uma equipe técnica para reparar a composição e proceder com a liberação da via, porém, “um grupo de passageiros ocupou a linha férrea, impedindo o trabalho dos funcionários e a circulação dos trens dos ramais Deodoro, Japeri e Santa Cruz”. A companhia também ordenou o fechamento das estações Méier, Engenho Novo, Sampaio e Riachuelo. O Núcleo de Polícia Ferroviária e o batalhão de polícia formam chamados “para tomar as devidas providências”.
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