O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou na terça-feira que a retomada econômica será mais inclusiva e sustentável. Campos Neto disse que a crise causada pela pandemia levantou conversas sobre programas de renda básica e sustentabilidade.
— Vários países estão falando sobre programa de renda básica, de como ter certeza que essa classe que ficou mais prejudicada vai sair da crise. O segundo componente, é o que o crescimento não só vai ser inclusivo, como vai ser sustentável. Tem toda uma agenda de governança de sustentabilidade que é muito importante, está sendo uma pressão em vários países e a gente não tem como escapar muito disso.
No final de junho e início de julho, investidores internacionais e empresários brasileiros assinaram cartas pressionando por redução do desmatamento no país. Essa situação acabou levando a uma série de reuniões com vice-presidente Hamilton Mourão — que preside o Conselho Nacional da Amazônia, que visavam passar o que o governo tem feito para preservar o meio ambiente.
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Uma terceira característica da retomada, destacou Campos Neto, será a mudança no comércio mundial. Segundo ele, a crise sublinhou o fato de que alguns produtos importantes são produzidos apenas em certos países e que isso pode mudar.
— Terceira e última é a parte de comércio mundial, que está sendo redesenhada. Não sei se será definitiva ou não, essa é uma parte talvez que não seja tão boa, o mundo se deparou com uma fragilidade quando se deu conta que existiam suprimentos importantes que eram considerados em um ou outro país.
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Retomada mais rápida
Campos Neto também avaliou que o Brasil está em uma situação melhor do que outros países emergentes. Falando sobre uma apresentação que comparava dados nacionais com os do México, Rússia e África do Sul, por exemplo, Campos Neto disse que a queda da economia brasileira foi menor.
O presidente do BC cita, por exemplo, dados do varejo e da indústria.
— A gente olha vendas em varejo também, o Brasil é o que menos caiu e recuperou relativamente rápido. Em termos de mercados emergentes, o Brasil parece que está tendo uma performance um pouco melhor.
Fonte: “O Globo”
Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob