Lado a lado no páreo da eleição ao governo do Rio, Anthony Garotinho (PR), Marcelo Crivella (PRB), Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Lindbergh Farias (PT) adotaram “mantras” linguísticos que se repetem em praticamente todas as agendas de campanha. Seja para enaltecer a gestão de um sucessor, a sua própria, espinafrar um adversário ou se desvincular de uma marca de personalidade, os quatro candidatos ao governo do Rio têm apostado em discursos personalistas, hiperbólicos e recheados de números para chamar a atenção do eleitor.
Garotinho é o candidato anti-Sérgio Cabral, ex-governador do estado e seu maior adversário político. A estratégia do deputado é marcar a polarização com Cabral e Pezão, candidato à reeleição. “Riquinho”, “arrogante”, “poderoso”, o “tostão contra o bilhão” são alguns dos adjetivos recorrentes nas falas de Garotinho para estimular a dicotomia entre os “poderosos” e “a força do povo”, seu slogan de campanha. Na primeira semana de julho, início oficial da campanha, ele mencionou o nome de Cabral 26 vezes, sempre ligando-o a Pezão.
Interlocutores ouvidos pelo GLOBO afirmaram que há conversas informais para que ele diminua os ataques a Cabral, que não é candidato a nenhum cargo público, mas que não é uma estratégia formal. Até agora, ele segue forte nos ataques ao peemedebista:
— Não é uma estratégia, é pelo momento mesmo, não adianta atacar quem não é candidato. Naturalmente, a população linca o Pezão ao Cabral, então não precisa ficar atacando. Só é preciso fazer o link esporadicamente.
Lindbergh Farias, por sua vez, tem se empenhado em falar do ex-presidente Lula, maior entusiasta de sua candidatura. Ele enfrentou a cúpula do PMDB fluminense, liderada por Cabral, e quase implodiu a aliança nacional com o partido. Os dois se conheceram em 1992, quando o senador era o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e liderou o movimento dos caras-pintadas que pedia o impeachment de Fernando Collor. Foi paixão à primeira vista.
Lula é hoje quase um mantra para Lindbergh. O senador não toma qualquer decisão sem antes consultar seu ídolo da política. Os dois conversam quase que diariamente por telefone. Pelo menos uma vez por semana, Lindbergh o encontra no Instituto Lula, em São Paulo.
— Tenho uma relação com o Lula muito antiga. Ele me conhece desde quando eu era líder estudantil, aos 19 anos. Eu era um rapaz. Não posso falar que o ex-presidente me conhece desde garotinho — brincou Lindbergh, referindo-se ao adversário, o deputado Anthony Garotinho.
Nos bastidores, a ansiedade de Lindbergh é uma só nesta campanha: caminhar nas ruas ao lado de Lula.
O senador Marcelo Crivella, ex-ministro da Pesca, se esforça para desvincular sua imagem à de líder religioso. Sobrinho de Edir Macedo, bispo fundador da Igreja Universal, trabalhou durante dez anos como missionário na África para a construção de unidades da igreja no continente. Ele também assina artigos para o principal jornal da igreja, e sua página no Facebook é repleta de mensagens de cunho religioso. Mesmo assim, o candidato só pensa em desvincular sua imagem à da Igreja Universal. Seus assessores mais próximos sugerem marcação com o intuito de prejudicá-lo durante as eleições sempre que a imprensa faz referência ao candidato como “bispo licenciado” ou “ex-bispo da Universal”. Com a lembrança, Crivella tenderia a limitar seu potencial de angariar votos ao público evangélico, suspeitam.
No seu atual site de campanha, não se vê qualquer referência à trajetória evangélica, nem mesmo em sua biografia. O cuidado com o discurso é tanto que o coordenador de marketing da campanha, Lula Vieira, tenta convencê-lo a não escolher palavras como “universal”, mesmo fora do contexto religioso.
Ainda pouco conhecido pelo eleitorado, a fixação do governador Luiz Fernando Pezão é citar obras e números da gestão Sérgio Cabral e dizer, em seguida, que vai fazer mais. O discurso é repetido quase como um mantra em suas agendas, e o tom é usado no slogan de campanha: “a mudança só começou”. Em ao menos quatro eventos de campanha, repetiu que o estado tinha 33 mil policiais militares em 2006 e que, agora, tem 48 mil. Também já disse diversas vezes que vai abrir concurso para 6 mil policiais e que vai chegar até 60 mil em 2018, fim do mandato em caso de reeleição.
A estratégia do PMDB é ficar comparando sua gestão com as anteriores e Pezão já mostrou em seu plano de governo que a campanha será feita dessa maneira. Mas, como ex-coordenador de infraestrutura do estado, ele gosta mesmo é de falar de obras. A preferida dele é a do Arco Metropolitano, cuja primeira parte inaugurou ao lado da presidente Dilma Rousseff no início de julho.
Fonte: O Globo.
O Garotinho só sabe falar mal do Pezão, mas ele mesmo nunca fez nada pelo Rio, só roubou e deixou o Rio falido. Meu voto é do Pezão, ele sim é um cara humilde, do povo.