Segundo dado divulgado hoje pelo Banco Central, que serve como indicador preliminar da atividade econômica, o PIB brasileiro caiu 1,35% em dezembro, mais do que o esperado pelos analistas (em torno de 1,2% de retração). Ano contra ano, a economia subiu apenas 0,7%, bem menos do que a estimativa do mercado, de 1,1%.
O esperado para o crescimento em 2013 como um todo, portanto, fica perto de 2,5%, muito abaixo das previsões feitas pelo ministro Guido Mantega, que chegavam a 4,5% de avanço. Trata-se de um número muito fraco, que coloca o Brasil bem abaixo da média dos países emergentes.
O governo dá alguns sinais de que já percebeu parte de seus equívocos, mas não demonstra ainda a convicção necessária para uma mudança de rumo. A própria presidente Dilma não acredita realmente que seu governo é responsável pelo fraco desempenho da economia.
A ida da presidente a Davos (seguida por uma visita a Cuba), o anúncio de um corte de gastos públicos da ordem de R$ 30 bilhões (tímido, e ainda falta especificar a verdadeira meta do superávit primário deste ano), a nomeação de alguém menos radical para a pasta de desenvolvimento (mas fracassou em atrair um empresário de renome e acabou indicando um aliado próximo a Pimentel), enfim, tudo isso são indícios de que o governo deseja migrar um pouco mais para perto das demandas dos investidores, mas sem muita firmeza de propósito.
O modelo nacional-desenvolvimentista está claramente esgotado. Alguns no governo já se deram conta disso, outros não. O problema é que estamos em ano eleitoral, e dificilmente o governo irá admitir publicamente seus erros passados, tampouco terá coragem de mudar radicalmente de rumo e enfrentar os custos imediatos disso.
O mais provável, portanto, é termos leves mudanças cosméticas, que não alteram o quadro como um todo. A economia deverá continuar patinando, sem sair muito do lugar, apesar de uma inflação elevada. Se o PIB crescer 2% em 2014 já estará de bom tamanho, dado o cenário atual.
Fonte: Blog do Rodrigo Constantino
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