A mídia tem mostrado o péssimo estado e o péssimo atendimento dos hospitais públicos em cenas com grande número de pacientes esperando atendimento em macas nos corredores dos hospitais. É lamentável que o contribuinte brasileiro, que já paga tão alta carga de impostos, seja assim tratado. As razões são muitas.
Em primeiro lugar, o iníquo sistema tributário existente que reserva 70% dos impostos arrecadados à União, 25% aos Estados e apenas 5% aos Municípios. Ora ninguém mora na União ou nos Estados. Todos moram no Município. Assim, os hospitais municipais, quando existem, estão sobre carregados e, com poucos recursos para atender bem a população local. Assim pois, a primeira medida para termos bons hospitais municipais é fazer uma autêntica reforma tributária, que permita aos municípios terem recursos para bem atender seus munícipes.
O segundo é rever a divisão administrativa existente atualmente no Brasil. Já escrevi sobre o assunto no artigo “Nova divisão administrativa para o Brasil”, em que sugeria que as zonas rurais dos municípios ficassem sob administração estadual ficando os prefeitos com a responsabilidade de administrarem apenas as cidades, isto é, as zonas urbanas e suburbanas. É o sistema usado nos Estados Unidos em que existem os chamados “counties” (condados) administrados pelos Estados e que, podem ter uma ou mais cidades. Assim existem os hospitais dos condados que, são administrados pelos Estados. No Brasil, existem municípios de grande extensão, com enormes zonas rurais, que pouca atenção levam das autoridades municipais. Os pobres habitantes dessas zonas rurais, que são realmente os produtores do município, são largados à mingua. No Brasil há municípios enormes como Corumbá (MT) que são maiores, por exemplo, que a França. Na região Nordeste, os habitantes rurais pouca atenção levam das autoridades municipais, com as exceções de praxe.
Em terceiro lugar é preciso rever o sistema eleitoral. O atual sistema não vincula o deputado eleito ao distrito, pois é eleito por todo Estado. Assim, é preciso uma autêntica reforma eleitoral criando-se, por exemplo, o voto distrital, que faz com que o cidadão cobre do deputado ou vereador, autêntica atuação em beneficio do povo e suas necessidades dos quais o bom atendimento hospitalar é primordial.
Como está, o atendimento à saúde da população está reprovada. Termino com Tom Peters renomado administrador americano: “Para ter sucesso na administração, é preciso inovar mas, para inovar é preciso descentralizar.”
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