Ministro do Turismo disse que o temor de protestos prejudicou a imagem do país antes do torneio e afetou o setor
O ministro do Turismo, Vinicius Lages, afirmou, na tarde desta quarta-feira, que se as obras de infraestrutura estivessem prontas, o impacto econômico do evento seria maior. Para Lages, os atrasos nas obras criaram um clima alarmista na imprensa internacional de que o evento não daria certo o que prejudicou a atração turística do evento. A constatação foi feita em almoço promovido pelo grupo Lide com empresários do setor em São Paulo para discutir “Os legados da Copa do Mundo para o turismo no Brasil”. Ontem, O GLOBO revelou que dois em cada três empreendimentos com verbas federais previstos para facilitar a movimentação de brasileiros e turistas pelo país não ficaram prontos para o evento.
— Tivemos uma onda de temor, de que tudo daria errado, que influenciou muito os resultados do setor (de turismo). Isso influenciou negativamente a imprensa internacional e aumentou o discurso de que o país não estaria preparado que não se concretizou. Mas impactou de alguma maneira o setor — afirmou o ministro.
Para Lages, o cenário era catastrófico:
— Nós tivemos a Copa, como estamos vendo, sem problemas de mobilidade, sem problemas nos aeroportos, sem problemas de chegar aos estádios para celebrar e nem no funcionamento dos estádios com esse volume de obra que foi possível construir até aqui. Mas o cenário era catastrófico. Ia ser colapso nas ruas, depredação do patrimônio público, o torcedor não ia poder assistir aos jogos, os aeroportos não estariam prontos e os estádios não estariam prontos. (E hoje) O que temos é estádios prontos, mobilidade que foi facilidade pelos feriados, mas também com medidas assumidas em diversos estados — ponderou Lages.
Das 70 obras de mobilidade urbana, de aeroportos ou de portos, que somam R$ 14,38 bilhões, apenas 24 foram concluídas, no valor total de R$ 3,26 bilhões. Entre os empreendimentos que menos avançaram estão os de melhoria da mobilidade urbana. Das 35 obras previstas no planejamento do governo federal, apenas nove foram concluídas e outras 11 estão parcialmente em operação, como o BRT Transcarioca, no Rio, que ainda não está totalmente pronto. Quinze obras de mobilidade, que somam R$ 2,8 bilhões, continuam em execução, como o monotrilho de Manaus e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá — cidades em que todos os jogos já foram realizados.
— Claro que se tivéssemos mais VLT, mais BRTs, uma malha urbana mais preparada de fato nós nem questionaríamos se essa tivesse sido a melhor Copa de todos os tempos — concluiu o ministro.
Empresários do setor de serviço e hotelaria reclamaram do baixo retorno do evento na capital paulista que registrou índices de ocupação menor do que o esperado para essa época do ano. O ministro concordou com os representantes do setor e afirmou que fica a lição de que é necessário um planejamento específico para regiões como São Paulo. Segundo Lages, a capital paulista já possui um calendário de eventos que movimentam o setor e foi prejudicado pela Copa do Mundo. Contudo, ele afirmou que, com o início da Copa, a negatividade foi anulada e o que se vê agora no exterior é a boa exposição da imagem do Brasil:
— Temos que olhar para frente e apresentar uma cartela de produtos que explore essa boa imagem que a Copa nos trouxe.
Fonte: O Globo
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