Fatores como a reforma da Previdência e uma maior educação financeira estão ampliando o apelo do seguro de vida entre os mais pobres e mais jovens, revela pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela seguradora Prudential. O levantamento mostra que, embora apenas 15% dos brasileiros tenham esse tipo de cobertura (seja individual ou em grupo), 20% dos entrevistados desejam adquirir um seguro nos próximos 12 meses. Entre os brasileiros de 16 a 24 anos, o interesse sobe para 31%.
A maior conscientização já tem impulsionado o crescimento desse tipo de cobertura no país. O volume de prêmios (valor pago pelos segurados para estarem cobertos) dos seguros de vida individual e em grupo cresceram 15,7% entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo números da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
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A alta foi puxada pelos seguros individuais, cujos prêmios cresceram 54% — a lentidão econômica e o desemprego ainda comprometem a expansão dos seguros oferecidos pelas empresas.
A pesquisa do Ibope ouviu cerca de duas mil pessoas a partir de 16 anos em todo país, de todas as classes sociais.
O levantamento mostrou que, embora a penetração dos seguros de vida seja baixa em todas as regiões e classes, o interesse em contratá-los é maior nos segmentos onde eles são ainda mais raros. Na classe C, onde 15% da população estão cobertos, 21% têm interesse de contratação.
Já nas classes D/E, apenas 5% das pessoas têm cobertura, mas a disposição para contratá-la nos próximos 12 meses já é de 20%. Nas classes A e B, onde a penetração é de 28%, o interesse fica em 18%.
— A discussão da reforma da Previdência trouxe uma conscientização sobre a necessidade de produtos de proteção financeira. Diferentemente do que ocorre na Europa, o brasileiro ainda delega muito ao Estado, ao empregador e aos filhos a responsabilidade que deveria ser de um seguro. Isso está mudando — explicou Aura Rebelo, vice-presidente de Marketing e Digital da Prudential. — Se, nas classes D e E, é difícil crescer a penetração por restrições de renda, quem ganha a partir de R$ 2 mil por mês consegue reservar cerca de 5% da renda para se proteger.
+ Merval Pereira: No mesmo tom
Segundo o Ibope, também cresceu o interesse fora dos grandes centros urbanos. Combinadas, as regiões Norte e Centro-Oeste, por exemplo, registram a maior intenção de compra de seguro, de 29%, seguidas pelo Nordeste (21%).
Hoje, só 11% dos moradores das regiões Norte e Centro-Oeste têm seguro de vida, enquanto a penetração é de 8% no Nordeste. Já Sudeste e Sul lideram a lista de segurados, com 20% e 19%, respectivamente.
Pela ótica da escolaridade, 22% daqueles que estudaram até o ensino médio querem contratar o seguro, contra 20% dos que têm nível superior. Hoje, estes contam com a maior cobertura: 26%.
Fonte: “O Globo”