A semana que fecha novembro deve marcar também o fim da formação da equipe econômica do futuro governo Bolsonaro. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que Carlos Alexandre da Costa será nomeado secretário do governo de Jair Bolsonaro, mas não citou a área pela qual ele será responsável, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo. Costa, que já foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), integra a equipe de transição do governo e pode ser formalmente indicado a qualquer momento. A indicação do economista poderá ser a confirmação da primeira peça da nova estrutura de secretarias-gerais que ficarão subjacentes ao ministério. A ideia é que sejam criadas seis “super secretarias” ou vice-ministérios subordinados ao Guedes.
Na semana passada, Salim Mattar, sócio da locadora de carros Localiza, foi convidado a comandar a Secretaria Especial de Privatizações, que deve fazer a análise dos ativos do governo que podem ser vendidos, como a privatização de refino e distribuição da Petrobras, por exemplo. Já as concessões ficariam com a Secretaria Especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que tende a ficar a cargo do vice Hamilton Mourão, segundo reportagem do G1.
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Por sua vez, a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade seria responsável por boa parte das tarefas hoje realizadas pelo Ministério da Indústria. O cotado para assumir essa frente é Costa. Já a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital pode ficar a cargo de Paulo Uebel, que trabalhou na Secretaria de Gestão do ex-prefeito de São Paulo João Dória, de acordo com o G1. Já Mansueto Almeida, atual secretário do Tesouro Nacional, pode coordenar as secretarias de Política Monetária, Orçamento e Tesouro.
O G1 afirma que o economista Marcos Cintra deve ser responsável pela Secretaria Especial da Receita e da Previdência e que o economista e diplomata Marcos Troyjo pode assumir a Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Ontem, Bolsonaro afirmou que pretende resolver a formação dos ministérios até o fim do mês com nomes “técnicos”.
A verdade é que, enquanto nas demais áreas a formação da equipe é marcada por indas e vindas e por críticas justamente pela falta do olhar técnico, na Economia Guedes segue uma postura de discrição e objetividade. Analistas tentam entender se este é prenúncio de um governo que terá um estilo na condução econômica, e outro na condução de todo o resto. Falta pouco mais de um mês para a posse.
Fonte: “Exame”