Abrir uma empresa e manter um negócio nunca foram tarefas fáceis no Brasil, que tem seu ambiente econômico totalmente prejudicado por um sistema tributário complexo, burocrático e arcaico, que afeta as relações comerciais. Em 2020, os olhos se voltam ao Congresso Nacional que, entre as discussões de reformas estruturais importantes, também deve aprovar mudanças nas leis que regem os impostos e tributos no país.
No dia 17 de fevereiro, às 11h, a CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), promoverá, no Clube Espéria, em São Paulo, um ato contra o aumento de impostos, a desoneração da folha e as mudanças propostas pela PEC 45. Participam do movimento entidades como a Associação Comercial de São Paulo, Confederação Nacional dos Serviços, Confederados das Associações Comerciais do Brasil e União Nacional de Entidades do Comércio e Serviço (Unecs).
À frente da iniciativa, o presidente da Unecs, George Pinheiros, ressaltou a importância de uma reforma tributária. “Este sistema é um verdadeiro arsenal de dificuldades de recolhimento, de entendimento e uma facilidade para a corrupção. O Brasil precisa revê-lo com urgência, já que convivemos com esse emaranhado de tributos, sejam municipais, estaduais e/ou federais”, comenta.
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Para Gustavo Grisa, economista e especialista do Imil, a questão tributária é um dos principais problemas competitivos do Brasil e concorda que ajuda a incentivar a sonegação. “A reforma tributária é uma das reformas mais importantes, talvez a mais importante, para ajudar a injetar a produtividade econômica, pois ajuda a reduzir esses fenômenos que existem. É uma legislação tributária que incentiva a sonegação, a economia paralela, e tem custos administrativos, de gestão e de trâmite do dia a dia para as empresas altíssimos e que, ao mesmo tempo, inibe e afugenta investimentos, colaborando para a baixa produtividade geral do país. Portanto, precisamos retirar esse entrave competitivo que nós temos”, analisa.
+ Por que precisamos da reforma tributária?
O economista reforçou o grande custo transacional que o atual sistema cria nas relações comerciais. “Nos próximos anos, precisamos evoluir, não apenas no resultado final da carga tributária, no sentido dela ir aos poucos sendo reduzida, mas principalmente na questão da gestão tributária ser menos caótica e mais equilibrada”, acrescenta.