O total de famílias endividadas cresceu pelo segundo mês consecutivo em São Paulo e superou 2 milhões no mês de abril, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta quinta-feira (11/05) pela Fecomercio-SP. Em abril, a proporção de famílias paulistanas que declararam viver com algum tipo de dívida chegou a 52,9%, alta de 2,7 pontos porcentuais na comparação com março. Comparado a abril de 2016, o aumento foi de um 1,8 ponto porcentual ou de 83 mil famílias.
O endividamento também bateu recorde. É o maior desde setembro de 2015, quando 54,7% das pessoas estavam nessa situação. Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,941 milhão em março para 2,046 milhões em abril.
O vilão
E qual o principal vilão do endividamento? Sempre ele: o cartão de crédito, utilizado por 71,5% das famílias endividadas. Em seguida, aparecem os carnês (13,7%), financiamento de carro (12,7%) e casa (11,6%), crédito pessoal (10,9%), cheque especial (7,8%), crédito consignado (5%). Do total de famílias endividadas, 46,7% delas têm contas vencidas há mais de 90 dias, 26,5% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias, enquanto que 24,1% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
Quem sofre mais
Ter contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda, que ganham até 10 salários mínimos. Considerando apenas esse grupo, o percentual de endividados em abril foi de 57,9%, alta de 3,3 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Esta é a maior proporção desde setembro de 2015. Mas para famílias de maior renda, as dificuldades para deixar as contas em dia também apareceram no levantamento. Considerando a faixa daquelas que ganham mais de dez salários mínimos, o percentual de endividados foi de 38,5% em abril, alta de 0,9 pontos percentuais em relação a março.
Inadimplência
Segundo a Fecomercio-SP, a inadimplência também preocupa os paulistas. Subiu pelo segundo mês consecutivo e atingiu 18,7% em abril, alta de 1,2 pontos percentuais em relação a março. “Diante do quadro de desemprego ainda elevado, é inevitável a deterioração das variáveis relacionadas à inadimplência”, afirma a Fecomercio-SP.
Do total das 2 milhões de famílias endividadas em São Paulo, 49,9% têm entre 11% e 50% da sua renda comprometida com o pagamento de dívidas. Para 25,5% das famílias o comprometimento com o pagamento é menor que 10%, enquanto que para 20,8% das famílias endividadas esse comprometimento é superior a 50% da renda.
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