A startup MOSS, uma greentech fundada em 2020, quer dar a pequenas empresas e pessoas físicas a oportunidade de neutralizar sua emissão de carbono. Com sede nas Ilhas Cayman, a companhia opera no Brasil desde março de 2020. Ao longo da sua curta história, percebeu a oportunidade e expandiu o portfólio, oferecendo seu produto para empresas maiores, como iFood e Hering, que pretendem apagar sua pegada de carbono por meio da parceria com a MOSS.
A startup opera em um modelo completamente digital, por meio de blockchain e criptomoedas. A MOSS criou um token de crédito de carbono, usado para compensação dos gases de efeito estufa. Para isso, compra os créditos de projetos de preservação da Amazônia e os transforma em um ativo digital, que pode ser adquirido por pessoas físicas e por pequenas, médias e grandes empresas.
Um token do ativo, chamado MCO2, equivale a um crédito de carbono, que representa uma tonelada de gás carbônico a menos emitida na atmosfera. O valor do token é variável, mas Fernanda Castilho, general manager da MOSS, contou a PEGN durante a entrevista que ele estava na faixa dos R$ 33. As iniciativas parceiras da MOSS fazem parte de um mecanismo chamado REDD e REDD+ (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal somado à conservação do território). São organizações que, além da preservação, trabalham pela inserção de comunidades ribeirinhas na economia local.
“A nossa intenção é democratizar o acesso ao crédito de carbono e trazer a possibilidade de consciência ambiental para pequenas empresas e para as pessoas. O Brasil é uma oportunidade gigantesca”, diz Castilho. De março para cá, 84 empresas aderiram aos serviços da MOSS. O número de pessoas físicas não é divulgado. Ao todo, R$ 70 milhões foram transacionados por meio da plataforma. “No início, o nosso foco principal era em conceder esse token para as pessoas físicas, mas agora estamos olhando um pouco mais para o mercado B2B”, afirma Castilho.
A MOSS oferece uma calculadora para que as pessoas possam calcular a sua pegada de carbono no último ano. Em média, um brasileiro tem uma pegada de oito toneladas. Na pandemia, no entanto, com o home office e a diminuição nas viagens e no uso dos veículos, o valor total ficou menor. Quem se interessar pode estimar esse dado dentro da plataforma. Já para as empresas, a startup opera de forma customizada, mensurando caso a caso. A ideia é que uma calculadora para pequenos negócios seja lançada no curto prazo.
Com 60 pessoas na operação, a greentech tem planos ambiciosos: quer expandir globalmente o quanto antes. “Queremos ser a ‘Amazon’ dos ativos ambientais”, diz Castilho. Para isso, a empresa se prepara para adicionar ativos provenientes de outros projetos que vão além do carbono, conta a executiva. “Ainda não está definido, mas a certeza é que queremos nos tornar uma plataforma referência no mercado.”
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”, 30/07/2021
Foto: Divulgação