Em português, a tradução literal de cashback seria ‘dinheiro de volta’. Espécie de crédito gerado a partir de gastos, ele permite que consumidores usem o valor em compras futuras ou até o enviem para uma conta-corrente. Mas uma startup criou uma versão que desafia o significado do termo. Os ‘iguais’, como são chamados os créditos distribuídos pela Igual, não viram dinheiro. Em vez disso, são destinados a projetos sociais escolhidos pelos clientes.
A solução foi desenvolvida por Marcelo Raimondi, 45, Gabriel Pinheiro, 30, e André Mendes, 30. Convictos de que era possível gerar impacto a partir do consumo, eles primeiro pensaram em criar um cartão de crédito que convertesse gastos em doações. No entanto, o contato com fundos de investimento e mentores os fez entender que a proposta poderia ser ainda mais simples.
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Em 2018, com um investimento de R$ 50 mil a R$ 100 mil cada, começaram a desenvolver uma plataforma semelhante às de cashback. Nela, os estabelecimentos parceiros abrem mão de 5% a 15% do valor das compras participantes. 30% dessa quantia vai para a Igual, enquanto 70% vira “crédito” para o cliente. Cada R$ 1 equivale a 300 ‘iguais’, ‘moeda’ que simboliza as doações.
Com elas, o consumidor pode escolher um ou mais projetos para apoiar. A plataforma faz a curadoria das iniciativas e instituições beneficiadas. Rodando em fase de testes desde setembro, a Igual bateu em três meses sua primeira meta de arrecadação. Foram reunidos 1,2 milhão de iguais, ou R$ 4 mil, para a Fundação do Rim, que atua em Fortaleza para diminuir a fila dos transplantes do órgão.
“Nosso objetivo não é pedir dinheiro para ninguém”, diz Gabriel Pinheiro, um dos fundadores. “Queremos trazer algo pontual, que é a doação, a um contexto muito mais constante e automático.”
A plataforma hoje funciona em dois estabelecimentos de São Paulo (SP) e tem aproximadamente 100 usuários. Por enquanto, os ‘iguais’ são destinados por meio de um tablet presente na loja. A startup espera lançar um aplicativo para os usuários em janeiro de 2020.
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Até o segundo semestre, o plano é ter 50 lojas parcerias e 50 projetos cadastrados. Além de receber os iguais dos usuários, elas podem ser apoiadas diretamente pelas marcas. “Uma empresa pode, por exemplo, se propor a dobrar ou quintuplicar o número de iguais que forem destinados ao projeto pelos clientes”, diz Marcelo Raimondi.
A médio e longo prazo, o plano é trazer ao aplicativo outras funcionalidades, como as de pagamentos com QR Code e carteiras digitais (eWallets). Já a projeção do ponto de equilíbrio (break-even) da startup é de 12 meses a partir do lançamento do aplicativo.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”