Quanto tempo você esperaria para ter a conta aberta em um banco ou aplicativo de mobilidade? Os serviços são distintos, mas a exigência por agilidade é cada vez mais parecida. A validação de informações e documentos é um dos obstáculos – e o problema que a Nextcode se propõe a solucionar.
A startup foi fundada em 2017 por Fabrício Beltran e Luiz Penha. Os dois vêm do setor financeiro e viram de perto o desafio de trocar a papelada por processos mais ágeis e digitais. Ao longo de um ano, planejaram uma forma de oferecer mais eficiência ao segmento.
O caminho foi desenvolver uma solução de onboarding digital, que leva tecnologia ao processo de cadastro de novos clientes. Um exemplo é a substituição das cópias e análises manuais de documentos por uma plataforma que usa algoritmos para fazer a leitura e comparar a foto com uma selfie da pessoa.
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Outro diferencial é a possibilidade de extrair informações de forma automática. Ao enviar uma foto do RG, por exemplo, o cliente final pode ser poupado de ter de digitar todos os dados em um formulário. Na solução da Nextcode, toda a análise é feita, em média, em menos de 15 segundos.
A startup tinha como alvo inicial os grandes bancos. Acabou também encontrando espaço entre fintechs e segmentos como varejo e mobilidade. A solução ajuda, por exemplo, a cadastrar entregadores da indústria alimentícia e motoristas de um aplicativo de carros compartilhados. “À medida que o mercado foi sentindo a necessidade de validação e segurança, fomos recebendo novas demandas”, afirma Luiz Penha.
Um aporte da aceleradora Darwin Startups e de um investidor anjo, em 2018, foi importante para essa mudança de estratégia. Além do investimento de cerca de R$ 320 mil, a aceleração trouxe novas perspectivas de como escalar o negócio. “Aprendemos a moldar o time comercial para fechar vendas com menos estresse e atrito”, conta Beltran. Em 2019, um investimento de R$ 500 mil também trouxe ao seu conselho Mônica Herrero, ex-CEO da Stefanini Brasil.
Expansão
A Nextcode hoje tem 30 clientes, incluindo nomes como Banco BMG, Havan, Easynvest, Pride Bank e beepbeep. Também fechou recentemente uma parceria com a Serasa Experian para complementar a análise dos perfis de clientes. Para 2020, o plano é incluir documentos como passaportes, carteiras de trabalho e identidades de classe, como OAB, no portfólio de análises.
“Há um bom percentual de clientes que apresenta documentos desse tipo, principalmente fora das capitais”, diz Penha. A análise de comprovantes de residência também traz desafios maiores. “Hoje há cerca de 300 operadoras de gás com contas e layouts diferentes.”
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Em muitos casos, a validação de documentos é só uma parte do processo. A análise de crédito, por exemplo, também exige que a empresa saiba se o solicitante é devedor ou alvo de processos. A Nextcode então completa o portfólio formando parcerias com outros negócios.
A pandemia do coronavírus trouxe receio e postergações de pagamentos por parte de clientes. Mas, segundo Penha, a necessidade de ter segurança para trafegar dados de consumidores acelerou a busca de empresas pela solução. “No último mês, fechamos oito clientes. Esta seria nossa expectativa até setembro.”
A startup atingiu seu ponto de equilíbrio (break even) neste ano. A expectativa é triplicar o faturamento pelo segundo ano consecutivo: de R$ 970 mil em 2019 para cerca de R$ 3 milhões em 2020. “Estamos tendo lucro, coisa que não é comum no mercado. O foco é manter o crescimento e talvez nem captar mais nada”, afirma Beltran.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”