Por muito tempo, a bolsa de valores fez parte da vida do analista de sistemas Dilson Sá, de 45 anos. Quando o pregão viva-voz foi extinto na Bovespa, em 2009, o empreendedor começou a fazer sistemas para tornar os lances automatizados com o uso de robôs. No entanto, em 2016, ele conheceu Edgar Melo e decidiu investir em uma nova proposta de negócio.
Melo tinha criado a Acordo Certo, uma startup para negociar dívidas coletivas online. A ferramenta reunia pessoas com dívidas com a mesma empresa e fazia o acordo. Quando Sá teve contato com o negócio, sugeriu expandir para que os acordos fossem feitos individualmente também.
“O Brasil tem praticamente 73 milhões de inadimplentes e, geralmente, eles são assediados por grandes escritórios de cobrança de forma truculenta. Por isso, decidimos refundar a empresa como uma nova proposta”, diz o empreendedor. Hoje Melo não está mais na Acordo Certo, mas Sá continuou o negócio. No último ano, ele faturou R$ 5 milhões.
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Como funciona a plataforma
A startup possui 18 instituições parceiras, que mantém uma base de 25 milhões de CPFs e R$ 40 bilhões a serem negociados. Quem quer negociar uma dívida entra no site da empresa e checa se as entidades financeiras com quem possui pendências estão na lista de parceiras. “Nós disponibilizamos a lista de dívidas dos clientes por meio da consulta dos dados cadastrados na ferramenta”, diz o cofundador.
Segundo o empreendedor, o grande diferencial da fintech é fazer todo o contato com o devedor de forma online ou por SMS. “Nós não fazemos ligações”, afirma ele. As instituições financeiras definem o novo valor da dívida e a startup cobra uma taxa das entidades dos acordos que foram bem-sucedidos.
Segundo Sá, a fintech negocia com as instituições financeiras até o obter o maior desconto possível. “Nós conseguimos o melhor valor porque temos um custo operacional baixo. Diferente dos grandes escritórios de cobrança, que possuem uma estrutura complexa e muitos funcionários, nós temos uma operação enxuta com apenas 20 pessoas na nossa equipe. Dessa forma, é possível cobrar taxas menores e repassar o melhor valor para as pessoas”, afirma.
+ O empreendedorismo aliado ao desenvolvimento sustentável
A empresa também consegue otimizar seu trabalho a partir do machine learning. Para chegar aos devedores, a startup usa ferramentas para encontrar os contatos da pessoa, o canal de comunicação mais adequado para entrar em contato e o horário em que o devedor está mais propício a prestar a atenção na mensagem.
Segundo o empreendedor, os setores que mais são procurados para acordo são varejo, telecomunicações e finanças. Desde 2016, a startup já fechou 1,2 milhão acordos e negociou valor de R$ 425 milhões.
Recentemente, a empresa lançou um marketplace de crédito para pessoas negativadas. “Nós fizemos uma parceria com algumas instituições financeiras que fazem empréstimo para pessoas físicas”.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”