Apareceu, finalmente, o verdadeiro plano de governo da herdeira de Luiz Inácio da Silva.
Como se sabe, a dupla Lula-Dilma passou os últimos quatro anos soltando espetaculares balões de ensaio. O tesouro salvador do pré-sal dominou boa parte dos discursos das autoridades petistas. Passaram a desfilar como novos ricos – comendo polenta, arrotando caviar e anunciando o fim da pobreza com o petróleo pré-datado.
O PAC também foi um sucesso, forte candidato ao Oscar de efeitos especiais. Números voadores, cifras dançantes e obras reencarnadas fizeram a alegria das agências de publicidade e dos pintores de placas. Como todo estouro de Hollywood, vem aí o PAC 2.
E ainda houve o milagre da multiplicação das bolsas. Com sua mão aberta, o governo popular liberou geral a exigência das contrapartidas de escolaridade, e saiu distribuindo dinheiro de graça. Até quem tem carro na garagem entrou na festa – desde que fosse amigo dos amigos, claro.
Bolsa Família, Bolsa Ditadura, Bolsa Invasão, Bolsa Prisão, Bolsa Tudo. A fórmula deu tão certo que surgiu o projeto da Bolsa Copa do Mundo. Se está todo mundo levando algum, os heróis do futebol não poderiam ficar de fora. É preciso ser criativo quando há dinheiro sobrando.
Lula e Dilma não se cansaram de mostrar que o futuro, com eles, será muito mais confortável. Se você não está em nenhuma das categorias acima, não se desespere: a sua teta estatal também há de chegar.
A campanha por um terceiro governo seguido do PT tem sido isso – um simpático convite aos brasileiros para continuarem desfrutando da DisneyLula, a fantasia sem fim. Em entrevista a “Época”, Dilma destacou como uma de suas credenciais seu trabalho no pré-sal. É, sem dúvida, um conto de fadas.
Tudo muito bom, mas a troca de governo vem aí, e a vida real começou a olhar para Lula com aquela cara de “e eu?!”.
O presidente então arregaçou as mangas, pediu licença aos PACs e às bolsas, e providenciou a única e verdadeira plataforma para a sua sucessão: ligou para Henrique Meirelles e lhe implorou, pelo amor de Deus, que não largasse o Banco Central.
Meirelles topou. Tudo certo. Os petistas podem continuar brincando de revolução.
(Publicado em “Época”)
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