O empreendedorismo aliado à tecnologia está promovendo transformações profundas em diferentes setores da economia. Entre as iniciativas que vieram para romper paradigmas estão as fintechs, startups que unem o avanço tecnológico ao mercado financeiro, se apresentando como um desafio para bancos e outras instituições tradicionais do ramo. Em um bate-papo com o Instituto Millenium, o empresário Marcus Quintella, CEO do Netcredito, falou sobre o novo cenário no Brasil, bem como suas demandas e benefícios para os usuários desses serviços. Assista!
De acordo com o Mapa de Fintechs brasileiras do Finnovation, divulgado em maio, já são quase 400 fintechs atuantes no país. De maneira geral, as empresas oferecem maior facilidade aos clientes, que podem contratar serviços através da internet e de forma mais rápida do que os modelos convencionais, menos burocracia, melhores taxas, além de mais capilaridade e competitividade para o mercado. O Netcredito, por exemplo, viu no setor de empréstimos uma oportunidade para inovar. Através de uma plataforma online, a startup faz a intermediação entre instituições financeiras parceiras e pessoas físicas e jurídicas interessadas na obtenção de crédito.
“Há uma facilidade muito grande de buscar o seu crédito sem precisar de conta bancária ou de pagar taxas. Também não é mais necessário ir de instituição em instituição, fazendo vários tipos de cadastro… A tecnologia permite uma maior análise das condições, simulações de empréstimos, sem precisar se comprometer fisicamente com as instituições. Isso está criando condições favoráveis para a tomada de empréstimo ou financiamento”, explica Marcus, ressaltando que, com o aumento da competitividade, há uma tendência de barateamento dos juros praticados no Brasil. “O maior obstáculo para credito é o alto custo do empréstimo. Temos o dinheiro mais caro do mundo. Estamos em um momento de crise, mas apesar disso, o estoque de crédito no país é absurdo. Chegamos a 48% do PIB, ou seja, são bilhões, trilhões de reais emprestados no mercado, segundo o Banco Central. Mas o acesso ao serviço ainda encontra dificuldades cadastrais, barreiras por condições de carteira assinada, além da falta de comprovação de renda e garantias”, afirma.
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As fintechs vieram para ficar – acredita Marcus – e os próprios bancos, que dominam o mercado nacional, já estão se movimentando para aderir a este fenômeno, considerado irreversível. Desta forma, o cenário exige novas atribuições de colaboradores e empresários. Por um lado, o jovem deve apostar em uma educação continuada, com foco em conhecimento, além de uma visão ampla de todas as áreas do setor em que pretende trabalhar. Um cuidado que também deve ser cultivado pelos empreendedores. “É preciso entender o mercado, saber para quem vai fornecer, estudar sua concorrência etc. Não pode haver um empreendedorismo de irresponsabilidade. Tem aquelas pessoas com sorte, mas é minoria, pois estudar o mercado e a qualidade daquilo que pode ser oferecido é fundamental”.