O histórico do setor de aviação nacional origina-se, fundamentalmente pelo desbravamento de empreendedores estrangeiros, quando da criação de empresas como a Varig e Panair. Este era o tempo de uma aviação romântica, iniciando as suas operações com poucos recursos, ausência de legislação e um mercado brasileiro carente por este modal de transportes, devido às conotações econômicas do século passado.
No entanto, o passar do tempo trouxe os avanços tecnológicos e a inserção do país entre as maiores potências emergentes globais, ressaltando períodos anteriores marcados por sérios embates políticos e inflacionários, sendo estes, critérios sensíveis ao desempenho da aviação.
Como o desenvolvimento nacional, lastreado pela implementação de planos econômicos e fiscais, a aviação moderna somente tornou-se viável, após a adoção de convenções internacionais, citando, por exemplo, a de Chicago, versando sobre os limites do capital internacional na composição societária.
Porém, o mundo atual é dinâmico, com muita agilidade no seu processo decisório. Observando a própria economia brasileira e a ascensão das classes C e D em seu poder de compra, as empresas de aviação, iniciaram um processo de venda de passagens em supermercados e lojas varejistas, um processo outrora inimaginável.
De um modelo unicamente focado na diferenciação, mas com pouca escala, a opção atual perpassa para operações de baixo custo, com serviços proporcionais, mas com ampla escala a ser explorada. Trata-se de um mercado representado por empresas como a Gol Linhas Aéreas, Azul e Webjet, forçando a um novo modelo de negócios e no repensar da aviação.
Mediante este cenário, alguns gargalos precisam de solução. Um deles é o estrangulamento funcional dos aeroportos, operando no limite do conforto, da segurança e do espaço. Da mesma forma, o espaço aéreo nacional, demandando mais operadores de vôo e tecnologia para a sua supervisão.
O aumento da demanda não veio acompanhado pelo aumento da oferta, gerando uma sobrecarga de trabalho nas tripulações, executivos do setor e dos aviões. Como resposta, os passageiros vêm recebendo um serviço de baixa qualidade e preços elevados.
Caberia a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) regulamentar com eficiência o segmento, não sendo este o caso observado. Mas o problema é da ANAC? A resposta é direcionada a um código nacional de aviação da época do controle militar, além de um conselho nacional que não vem exercendo as suas funções de acompanhamento e lançamento de diretrizes, para um setor repleto de “comandos” públicos.
Finalmente, para uma nação que pretende sediar jogos esportivos de grande porte, a única opção seria o desenvolvimento de um planejamento estratégico de curto e longo prazo, com a participação governamental regulatória e a privada, para investimentos, pois do contrário, corremos o risco de um apagão aeroportuário.
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