A revolução digital vivida nas últimas décadas alterou diversos setores de atividade, e poucas mudanças são tão profundas como as que estão ocorrendo no ramo da comunicação. Na transição entre o analógico e o digital, as pessoas passaram a ter o seu próprio meio de se comunicar e de se informar. Em um ambiente aonde a notícia chega sem filtro, cresce a importância de centros de pensamento que realizam um trabalho analítico, como o Instituto Millenium.
De acordo com a CEO do Imil, Priscila Pereira Pinto, os think tanks não substituem o trabalho dos grandes veículos, mas complementam. “O papel de centros de pensamentos, como o Millenium, tem sido o de aproveitar entrevistas com influenciadores, formadores de opinião, empreendedores, que estão olhando o Brasil em longo prazo. Esse conteúdo complementa tudo que jornais, revistas, rádios e TVs querem passar, mas nem sempre vão conseguir chegar às redes sociais com conteúdo bem empacotado e com uma linguagem fácil de receber, comunicar, debater e refletir”, disse.
Outro ponto importante é ir além da notícia, buscando antecipar cenários futuros e estimulando o debate sobre medidas de longo prazo. “Os centros de pensamento apontam alternativas e soluções para problemas gerais do público brasileiro, elaborando análises técnicas, mas sempre pensando no leitor, no nosso seguidor como a pessoa que precisa entender o que precisa fazer, o que vai sofrer ou vai ganhar, ou vai poder otimizar nos próximos dias, semanas e meses usando o nosso conteúdo”, destacou.
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A mudança no perfil da mídia é um fenômeno que acontece em escala global. Dentro deste contexto, é preciso buscar formas para que a informação de qualidade continue chegando ao leitor. “Com o corte de investimentos, novas estratégias de comunicação, as redações diminuíram de tamanho, a impressão de jornais e revistas caiu muito, em um movimento mundial. Mas as informações precisam continuar chegando ao público, para que as pessoas entendam o que está acontecendo no seu país, na sua comunidade, o que vem pela frente, como planejar o futuro”, destacou.
Os dados referentes aos acessos do site do Millenium em 2019 dão a dimensão disso. O site teve 1,1 milhão de visitas. Informações mais recentes sobre as redes sociais são ainda mais impressionantes: só no Facebook, o Millenium tem 385,3 mil seguidores, e o conteúdo do Imil atingiu alcance de 4,5 milhões de usuários.
Atlas da Notícia
A mudança de perfil na comunicação é clara: o Atlas da Notícia, uma base de dados criada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) que mapeia o mercado do jornalismo no Brasil, aponta para a extinção de 331 veículos, sendo 60% deles (195) da mídia impressa. O Brasil tem 11,8 mil empresas, sendo 4,1 mil rádios e 3,4 mil jornais e revistas. Os veículos online tiveram expressivo crescimento, alcançando 25,8% do total e quase chegando ao número dos impressos: pouco mais de 3 mil.