O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) decidiu, nesta quarta-feira, por unanimidade de votos, pedir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a vinda da Força Nacional para garantir a segurança das eleições. Além disso, a partir de agora, haverá uma comissão, composta por três desembargadores eleitorais e três advogados eleitorais, para acompanhar, junto aos partidos e candidatos, as denúncias relativas a tráfico e milícia e o trabalho da Força Nacional.
A comissão será composta pelo presidente do TRE, Bernardo Garcez, por Edson Aguiar de Vasconcellos, por Abel Fernandes Gomes e pelos advogados Eduardo Damian, Viveiros de Castro e Francisco Peçanha.
Em relatório entregue ao tribunal na segunda-feira, a Secretaria de Segurança apontou 41 áreas no Estado do Rio dominadas por traficantes ou milicianos, onde candidatos enfrentam problemas para fazer campanha. A lista inclui favelas com Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), como Batan, Providência, Rocinha, além dos complexos do Lins, Alemão e Maré. Mas há também comunidades como Águia de Ouro, em Inhaúma, e locais em outros municípios como Niterói (Caramujo e Vila Ipiranga) e Belford Roxo.
O relatório da secretaria menciona também um pedágio de R$ 10 mil, cobrado por traficantes da Vila Ipiranga, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. No mesmo município, placas de candidatos da base do governo foram destruídas no Morro do Caramujo. A Secretaria de Segurança não chegou a comentar no relatório se há necessidade da ajuda da Força Nacional para garantir a ordem durante a campanha e no dia das eleições.
Reportagem do GLOBO mostrou que milicianos e traficantes cobram taxa de até R$100 mil para distribuição de material de campanha em favelas do Rio, Baixada Fluminense e Região Metropolitana. Para que as placas sejam instaladas e santinhos distribuídos, os candidatos também têm de pagar por um pacote de serviços de cabos eleitorais agenciados pelo crime. Quem descumpre a determinação tem placas retiradas e a entrega de panfletos proibida.
Os cabos eleitorais são liderados por capatazes — como são chamados os homens de confiança do crime — e, segundo relatos de candidatos e presidentes de partidos, o salário cobrado vai de R$ 1.500 a R$ 2 mil. Cada grupo tem, em geral, oito panfleteiros, que ganham R$ 800. Os serviços são negociados para até a véspera das eleições. No dia da votação, é cobrada uma diária pela boca de urna.
Fonte: O Globo.
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