Organização, parceria, comprometimento, profissionalismo e dedicação são alguns dos muitos adjetivos que podem ser atribuídos as nossas maiores heroínas: mulheres e mães.
São elas que, no mundo atual, depois de se libertarem da tirania de alguns companheiros e de adquirirem direito ao voto, nem faz tanto tempo assim, ganharam o mercado de trabalho e mostram a que vieram.
Há cerca de 80 anos, mães e mulheres de valor, tais como Julia Barbosa de Natal e Celina Vianna de Mossoró, as duas primeiras eleitoras brasileiras, bem como Alzira Teixeira Soriano, a primeira prefeita brasileira, eleita no município de Lages (RS), em 1928, deram início a um processo de mudança na vida de mulheres guerreiras que tanto contribuem para a história da humanidade.
Também não podemos deixar de citar nomes como Susan Brownell Anthony e de Elizabeth Cady Stanton que, em 1851, em um encontro em Nova York, iniciaram um movimento pelo fim da escravidão nos Estados Unidos.
Passeando pela história, outros acontecimentos continuam marcando a presença do chamado “sexo frágil” na sociedade. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, “Em 2007, a conduta desonrosa ou grave violação do casamento foi o motivo mais frequente nas separações judiciais de natureza não consensual, 10,5% delas foram requeridas pelas mulheres e 3,2% foram solicitadas pelos homens. A separação de fato foi fundamento da ação de 10,3% do total de separações. A proporção de separações não consensuais requeridas pela mulher (17,5%) foi significativamente maior que as solicitadas pelos homens (6,6%).
As Estatísticas do Registro Civil destacam também a hegemonia das mulheres na guarda dos filhos menores. No ano de 2007, em 89,1% dos divórcios a responsabilidade pela guarda os filhos menores foi concedida às mulheres. Esse elevado percentual de responsabilidade para com a guarda dos filhos menores é um dos fatores que explica o maior número de homens divorciados que recasam com mulheres solteiras. “
Outra pesquisa realizada pelo IBGE, através do censo de 2010, revelou que 87% das mulheres são responsáveis pela guarda dos filhos em caso de divórcio, seguidos de 0,056% dos homens e 0,055 de ambos. A redução do percentual de responsabilidade da guarda pelas mulheres pode se justificar pela possibilidade da guarda compartilhada em 2008, quando ambos os genitores são responsáveis, simultaneamente, pelo sustento dos filhos menores.
A presença das mulheres na economia também foi citada em discurso realizado no Senado Federal, em 14 de setembro de 2011, pela senadora Ângela Portela, relacionado ao levantamento realizado pelo instituto Data Popular e publicado pelo jornal “O Globo”, que analisou dados dos anos de 2002 a 2011:
“… A senadora informou que, no período pesquisado, a renda da mulher cresceu 50% mais que a do homem. Segundo Ângela Portela, a pesquisa mostra o retrato de uma nova sociedade brasileira. De 2006 a 2011, a renda feminina cresceu mais de 30%, contra 22% da renda masculina. O avanço foi ainda maior na classe C, em que a renda das mulheres cresceu 50% contra 38% na renda dos homens. A classe C concentra 35 milhões de mulheres no país.”
Para Ângela Portela, o crescimento da classe média se deve, em boa parte, à contribuição das mulheres. Aumentos sucessivos do salário mínimo, programas sociais, maior inserção no mercado de trabalho e, principalmente, a educação são os motivos apontados pela pesquisa pela melhor condição conquistada pelas mulheres. A senadora destacou que, hoje, 60% das matrículas em curso.
– Hoje, em todas as classes sociais, a escolaridade da mulher é maior que a do homem, contribuindo para o crescimento da renda – afirmou a senadora.
A parlamentar acrescentou que a pesquisa mostra um avanço na equiparação de direitos e oportunidades para mulheres e homens. “Para a senadora, as desigualdades estão sendo reduzidas e isso se deve à política acertada do governo federal.”
As mudanças na sociedade são inúmeras e seus reflexos podem ser constatados nas organizações, na economia e no comportamento de um modo geral. Novos cargos, antes ocupados apenas por homens, já estão sendo ocupados por mulheres. Hoje, já somos presidentes de grandes organizações, chefes de estado em vários países e continuaremos lutando por um espaço maior no mercado de trabalho e nos partidos políticos.
Mais votos precisam ser destinados ás mulheres na conquista pela representação dos brasileiros no Congresso Nacional. Salários mais justos precisam ser oferecidos pelas organizações. O machismo, ultrapassado, precisa reconhecer que competência não tem sexo e que, nós, mulheres, olhamos o todo e enxergamos os detalhes.
Tem mais: a sabedoria e a sensibilidade femininas são ingredientes indispensáveis nas relações humanas e no processo de tomada de decisões. Afinal, o mundo caminha para a valorização do capital humano.
A dinâmica da economia exige não só background, mas também feeling para superar momentos de crise.
E quem melhor, no mundo, para desempenhar tantos papéis com tamanha eficiência, senão as mulheres, amigas, irmãs e mães?
Fonte: Blog “Traduzindo o Economês”
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